Setor de comércio em Belém perdeu 232 postos de trabalho no primeiro trimestre
Lojistas defendem que as contratações se guiam por demanda dos consumidores

O comércio de Belém registrou uma redução de 232 postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse movimento acompanha os períodos de maior fluxo de clientes, que, conforme lojistas da cidade, ocorrem principalmente durante datas festivas como o Círio e, mais recentemente, o Dia das Mães. Em 2024, o comportamento de demissões no início do ano se repete, com uma redução de 107 postos de trabalho.
Apesar dos números da capital, o Pará, de maneira mais ampla, registrou a criação de 2.750 vagas no setor, um aumento de quase 30% em comparação com as 2.120 do mesmo período do ano passado. O lojista Muzaffar Said, diretor do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), defende que esse processo é normal, porque o comércio precisa sempre se adequar à demanda dos consumidores.
“Há uma contratação grande no final do ano, começa em outubro e vai até dezembro e outubro, devido ao Círio, e, em dezembro, festa de Natal. Então, há uma necessidade grande para contratar, para poder atender esse grande fluxo de movimento. Já de janeiro a março, o fluxo cai, e acaba que foi contratado muito mais naquele momento do que o comércio comporta”, explica o lojista.
A auxiliar de vendas Crislene Guedes também nota a variação do fluxo de vendas e de consumo no comércio local. Ela explica que, na loja em que trabalha, não houve demissões, mas presenciou esse movimento em vários outros estabelecimentos. As lojas mais afetadas com as demissões são as de variedades; setores como o de alimentação se mantêm estáveis, na sua avaliação.
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Expectativa
O presidente do Sindilojas, Eduardo Yamamoto, reafirma a influência da sazonalidade de contratações no setor e também aponta o crescimento da informalidade como outro fator relevante nesse cenário. “No caso de Belém, temos o aumento da informalidade no trabalho. Pela alta dos preços, muitos optam em trabalhar na informalidade e esses dados ficam de fora dos índices de trabalho”, afirma.
Agora, sua expectativa é de que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) impulsione a abertura de postos de trabalho na capital. Setores como construção civil e serviços devem ser os mais beneficiados, na sua avaliação.
“Para os próximos meses, esperamos que esse número mude com a preparação de Belém para a COP 30 e a previsão de obras e a entrega de infraestrutura devem dar novo fôlego ao mercado de trabalho local, visto que estamos indo para seis meses antes do evento”, avalia Yamamoto.
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