Reajustes variam, mas aulas devem ser 100% presenciais em 2022, segundo Sinepe

Pais de alunos de escolas privadas vivem indefinição orçamentária para 2022, já que não há reunião marcada para as partes discutirem algum limite percentual de reajuste das mensalidades. As instituições já iniciaram o período de matrícula, algumas com reajuste, outras, não. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), que integra a comissão que participa das discussões para o acordos, há também incerteza sobre se as aulas voltarão a ser 100% presenciais. Porém, para o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado Pará (Sinepe), as aulas em 2022 devem ser todas presenciais. 

O encontro com as escolas particulares conta ainda com a presença de representantes do Departamento Estadual de Proteção e Defesa do Consumidora (Procon), Associação de Pais e Alunos Intermunicipal Do Estado Pará (Apaiepa) e ocorre há mais de 25 anos. Mas, de acordo com o supervisor técnico do Dieese, há pelo menos três anos, o Sindicato das Escolas Particulares não quis mais fazer acordo.

“Tem uma lei que diz como as escolas devem fazer os reajustes, mas as escolas não seguem isso. Até agora não tivemos nenhuma conversa com eles, com o Procon, mas como estamos no final do mês de outubro, ainda há tempo, porque a reunião costuma ocorrer na primeira quinzena de novembro. A expectativa é que as aulas presenciais sejam retomadas e o Sindicato deve vir com a pauta de reajuste de mensalidade. Mas ainda não recebemos nenhuma carta de pais de alunos reclamando sobre, só temos essa incerteza sobre o presencial e o online e esse percentual de reajuste”, afirmou Sena.

Beatriz Padovanni, presidente do Sindicato Estabelecimentos Particulares Ensino do Estado Pará (Sinepe), esclarece "que cada escola tem uma política própria referente a seus encargos educacionais, muito distinta e variada, inclusive em relação aos investimentos e número de alunos que elas possuem. Portanto não existe mais um índice fechado e cada estabelecimento tem planilha de valores específica e, nesse caso, não há uma média de reajuste".

Ela afirma ainda que "que o retorno 100% presencial não deve  impactar no valor das matrículas, já que todos os investimentos em segurança sanitária foram feitos ao longo de 2020 e 2021, estando, assim, todos os estabelecimentos de ensino da rede privada totalmente adequadas para seguir os protocolos sanitários".

Sobre a volta às aulas presenciais, Beatriz afirma que neste vigora o sistema híbrido, mas a previsão para 2022 é de que seja tudo presencial.

O Sinepe, segundo a presidente, não foi convidado para nenhuma reunião, e que a última realizada para discutir planilhas foi em 2015.

Planilha

O diretor do Procon/PA, Eliandro Kogempa, informou que o órgão ainda “está em contato com as escolas para podermos finalizar a planilha”. Já o presidente da Apaiepa, Hilton Durães, afirmou que a reunião deve ocorrer depois do dia 15 de novembro, já que, normalmente, o acordo é firmado nesse período de 45 dias antes do início do próximo ano.

Para a advogada e mãe de duas meninas, Fabrícia Martins, o próximo ano deve pesar um pouco mais no orçamento, já que o reajuste anunciado pela escola das crianças será de 6%. “Para mim o reajuste impacta, sim, sobretudo agora, que as duas vão para a escola, antes era só uma. E com tudo com preços nas alturas dificulta mais ainda a ginástica para pagar as contas”, afirmou.

O jornalista Rafael Sobral rematriculou o filho em agosto, para aproveitar um período de promoção da escola. “Acho que ainda serão híbridas, as aulas, mas ele que ainda seguia em casa volta a frequentar as aulas presenciais. O valor ficou o mesmo desse ano, até porque não baixou quando ele deixou de ir presencial, continuou a mesma coisa, então por agora não aumentou para nós, que pagamos em agosto”, concluiu.