Proibição da venda de peixe preocupa pescadores de município do Pará: 'prejuízo'
Presidente de Colônia de Pescadores de Juruti diz que a categoria foi pega de surpresa com decisão. “Nossa preocupação é porque aqui não tem frigorífico”

O presidente da Colônia de Pescadores Z-42 de Juruti, Renato de Melo Farias, conta que a entidade foi pega de surpresa com a decisão da Prefeitura de proibir a comercialização e consumo de três espécies de peixe: pirapitinga, pacu e tambaqui. “Porque pensei que antes de fazer esse documento, eles fossem procurar a gente para explicar algumas coisas. Mas a gente só foi comunicado porque procurou eles, porque já tinha algumas postagens em grupos. Então, a gente tomou a iniciativa de ir lá na Secretaria de Saúde e eles entregaram isso pra gente”.
Segundo o comunicado da Secretaria Municipal de Saúde, a decisão foi tomada como forma de prevenção à Doença de Haff, também chamada de “Doença da Urina Preta”, e vale para o pescado que chega do Estado do Amazonas. As informações foram divulgadas pela TV Tapajós, de Santarém.
Porém, Renato afirma que a medida alcança também as espécies em questão capturadas no Pará, com exceção do pescado oriundo da piscicultura de Juruti. O Grupo Liberal tenta, desde cedo, falar com a Prefeitura e com o Secretário Municipal de Saúde, mas não obteve resposta.
O presidente da entidade que representa os pescadores afirma que a medida já está causando danos. “Saiu esse comunicado hoje e nossos pescadores estão com os peixes armazenados e nossa preocupação é porque aqui não tem frigorífico, só no gelo mesmo. No momento, a gente está com uma safra boa de peixe da região”.
O documento divulgado não fala em penalidades para quem descumprir a medida, mas Renato conta que a fiscalização já está sendo feita no município e, apesar dos prejuízos, eles vão cumprir a ordem. A Colônia de Pescadores representa cerca de 900 trabalhadores. Segundo o representante, cada pescador tem entre 200 e 500 quilos de peixe dessas espécies proibidas armazenados. “Hoje, diversos pescadores me ligaram preocupados. Falei com a secretária de Meio Ambiente e acredito que na sexta a gente vai conseguir se reunir com eles pra tratar sobre o assunto.Mas a gente está cumprindo, porque se trata de saúde pública”.
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