Profissional do Direito Comercial precisa acompanhar mudanças tecnológicas

Entender e atender bem o cliente/empresa que se relaciona com o marketplace ou mesmo que virou um marketplace. Em síntese, esta foi a principal lição da palestra de encerramento do advogado Fábio Ulhoa Coelho, sobre marketplace no encerramento do III Congresso Norte Nordeste de Direito Comercial, na noite desta sexta-feira (4), em Belém. Pela primeira vez na capital paraense, o evento, que começou na quinta-feira (3), reuniu advogados do Pará, Ceará, Piauí e Maranhão. "A importância desse congresso é que Belém foi palco da academia de direito comercial do Brasil. Tivemos grandes acadêmicos, professores e advogados em dois dias aqui", disse o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, professor Clóvis Gama Malcher Filho, um dos idealizadores da realização do evento em Belém.

"O direito comercial é naturalmente bastante rentável, então os advogados são muito interessados. O Congresso é feito para todos, mas 90% da presença foi de profissionais e 10% de estudantes", afirmou Clóvis Malcher, nesta sexta-feira, nos momentos finais do congresso, no auditório do Sesc Boulevard, no bairro da Campina.

Malcher informou que um dos pontos altos foram as abordagens sobre o agronegócio, contratos empresariais, uma matéria sensível a respeito de contratos entre empresas, mas, também se discutiu fusões, direitos societários e questões de dissoluções de sociedades. "Matérias importantes que fazem parte do dia a dia do mundo empresarial e financeiro", afirmou ele.

A III Edição Norte Nordeste encerrou com a abordagem do advogado e professor titular da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Fábio Coelho, sobre o direito comercial frente à ambiência do marketplace. "O direito comercial é um direito extremamente dinâmico, o tempo todo os empresários estão criando novos modelos de negócio. O marketplace é um exemplo claro disso. O profissional do direito comercial não pode ficar alheio a essas mudanças que estão acontecendo na economia", destacou o palestrante.

"O profissional do direito comercial ao contrário dos outros profissionais jurídicos, ele não pode só ler livro de direito não, ele tem de ler livro de economia, de administração de empresas, conhecer a história das diversas empresas para entender o modelo de negócio, porque a parte jurídica vem depois de tudo isso que foi criado". 

Fábio Coelho observou que o marketplace vinha se desenhando há uns 20 anos e hoje é a saída para muitas profissões. "A Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) vem declarando este ano: 'não sou mais só uma fábrica de bebidas, eu sou um marketplace', Ou seja, todas as empresas que quiserem sobreviver mais lá para frente terão que, de uma forma ou de outra se transformar em marketplace, e o profissional para atender bem o seus cliente, tem que buscar essa informação fora dos livros de direito'', frisou Fábio Coelho.