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Preço do gás de cozinha chega a R$ 120 em Belém e combustíveis continuam caros

Preço da conta de energia e da manutenção de veículos também influenciam a alta do gás, diz empresário

Abílio Dantas

Com as sucessivas altas do preço do gás de cozinha, o morador de Belém já encontra o botijão de gás de 13 quilos sendo vendido a até R$ 120, como é o caso de quem mora no bairro do Tenoné. Morador do bairro há seis anos, o entregador Hiago Lima relata que é a primeira vez que vê o produto atingir esse preço. Em outros bairros, como o Marco, ainda é possível encontrar o botijão a R$ 110, com a entrega incluída, ou a R$ 108, em promoção, se for retirado diretamente no depósito. Para alguns vendedores “na ponta”, após o aumento na semana passada, ainda deve haver aumentos durante esta semana.

“Muita gente fica sem opção, e acaba comprando a R$ 120 mesmo. O aumento acabou sendo muito grande porque existem os custos com as motos, por exemplo, por parte dos vendedores. Tudo aumentou. Mas tem também quem acabe recorrendo para o fogareiro, para o forno à lenha. Estamos regredindo”, afirma Hiago Lima. O trabalhador e morador do Tenoné, que é também funcionário de uma empresa do ramo, na travessa Angustura, no Marco, trabalha todos os dias com a entrega de botijões.

O empresário Rafael Sousa, empregador de Hiago e empreendedor do segmento há 25 anos, afirma que os clientes têm reclamado dos aumentos, mas argumenta que não era mais possível repassar o valor dos aumentos. “No dia 11 deste mês, recebi um aumento de R$ 3,69 do meu fornecedor. O máximo que conseguimos fazer é uma promoção de R$ 108 na portaria. A venda na semana passada teve queda de 15%, mas acredito que foi porque as pessoas fizeram a compra antes do Círio”, relata.

Com uma frota de 13 triciclos para fazer a entrega dos botijões, Rafael Sousa diz que outros fatores econômicos, como a alta dos combustíveis e da conta de luz também influenciam o tabelamento do preço. “A roda dianteira do triciclo, que antes eu encontrava a R$ 240, agora está a R$ 320, para você ter uma ideia. O preço da manutenção dos veículos também aumentou. No caso da nossa conta de luz, o aumento foi de 20%”, completa o empresário.

Proprietário de quatro pontos de venda na Região Metropolitana de Belém (RMB), o empresário David Nascimento, que acumula 20 anos de experiência no ramo, anuncia que aumentará o preço do botijão de gás de R$ 110 para R$ 113, ainda nesta semana. “Devemos fazer esse repasse de três reais porque não dá mais para segurar. Com a retirada nos depósitos, estamos vendendo a R$ 105, mas também devemos aumentar”, estipula.

David Nascimento possui pontos nos bairros Canudos e Jurunas, em Belém, no município de Marituba, e outro na avenida Augusto Montenegro, também na capital. Em outros momentos, ele praticava preços diferentes, de acordo com o poder de compra de cada público, mas agora estabeleceu o mesmo preço nos quatro locais. “Muitas vezes o consumidor chama a gente de ladrão, mas não temos o que fazer. Se não aumentar, a gente acaba pagando para trabalhar. Os aumentos que tive dos meus fornecedores foram de R$ 3,50 no botijão de 13 quilos e de R$ 12 no de 45 quilos”, informa.

Combustíveis

O preço dos combustíveis também continua afetando as finanças dos consumidores. De acordo com o levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina vendida nos postos do país teve alta de 3,33% no intervalo de uma semana. Na semana encerrada no último dia 16, o valor médio do litro no Brasil era de R$ 6,321. No levantamento anterior, referente a semana de 03 a 09 de outubro, o preço médio era de R$ 6,117.

Segundo o Instituto Paraná Pesquisas, em levantamento divulgado nesta segunda-feira (18), 62,5% dos motoristas diminuiu a frequência de uso de veículos por conta da alta no preço dos combustíveis.

O pintor Raimundo Cortinhas, que utiliza uma motocicleta como meio de transporte diário, relata que o gasto com combustível em uma semana triplicou nos últimos dois anos. “Antes eu gastava R$ 10 por semana, para abastecer a minha mota. Agora, tenho que fazer dois abastecimentos de R$ 15 por semana, o que dá R$ 30 semanais só em gasolina”, relata.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Pará (Sindicombustíveis Pará), em nota, informa que os postos atuam no último elo da cadeia e estão sempre vinculados ao preço praticado pelas distribuidoras.

“O sindicato não faz acompanhamento de preços, por expressa previsão legal. Mediante o fato, o repasse do aumento para as bombas depende de uma série de questões, como margens de distribuidoras, tributos e perspectivas comerciais específicas de cada empresa. Mediante o fato, o Sindicombustíveis entende que é natural que a elevação de preços ocasione na redução no consumo. Por isso, o sindicato avalia como prejudicial à própria saúde financeira das empresas que se mantenha esta trajetória de alta no preço dos combustíveis”, declara a entidade.

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