Preço do coco deve subir no verão e durante eventos como COP 30, alertam vendedores
Vendas sobem nesses períodos e vendedores já se preparam para atender demanda

O preço do coco deve aumentar significativamente em Belém nos próximos meses com a chegada do verão e a realização de grandes eventos na capital paraense. Vendedores locais estimam que o valor da unidade pode ultrapassar os R$ 10 durante o período mais quente, em comparação a média atual de R$ 8 registrada na estação chuvosa. O aumento reflete tanto os efeitos do calor sobre a produção quanto a maior demanda durante eventos como o Círio de Nazaré e a COP 30, que também devem impulsionar as vendas.
A expectativa de aumento é reforçada pelo vendedor Romildo Oliveira, atuante nesse segmento há mais de 45 anos, que ressalta essa mudança devido ao clima como normal. Atualmente, ele vende na Praça da República, um ponto turístico com grande fluxo de consumo do produto. Segundo ele, além do verão, há previsão de vendas intensas devido aos eventos realizados em Belém este ano, a exemplo da COP 30, que já movimenta uma preparação entre os vendedores.
“Vai ficar mais caro com certeza, porque o meu coco foi aumentado no ano passado, no dia 1º de dezembro. Agora está chegando o verão, a COP 30, esses eventos. Então, o fornecedor vai aumentar e nós vamos ter de aumentar também”, explica Romildo.
Além da produção estadual, seu estoque é abastecido também com cocos vindos de estados do nordeste, como Pernambuco. No caso dos produtos de fora do estado, os valores também sofrem acréscimos devido ao frete cobrado no transporte das cargas. O último valor exigido pelos seus fornecedores foi de em média R$ 4 a unidade do coco.
Apesar do preço elevado, a preparação para esse período é muito importante, já que é também quando ocorre o maior volume de vendas. Esse movimento é impulsionado pela demanda dos consumidores que desejam se refrescar no calor e também pela celebração do Círio de Nazaré, outro bom período de vendas. Por isso, destaca que sempre aguarda ansioso esse momento. “Tenho meu fornecedor certo e eu pego ainda mais mercadoria, eu aumento meu estoque mais ainda”, afirma.
João Guilherme, outro vendedor de coco em Belém acostumado a vender o produto em diferentes épocas, também se prepara para o calor do verão. Ele conta que alguns fornecedores mantiveram preços mais baixos, por isso, ainda recebe algumas cargas por até R$ 2 a unidade, e mantém o valor de R$ 5 na sua venda, mas essa é uma exceção. Isso vai mudar em breve, pois como ele afirma, já se prepara para o aumento no valor vindo dos fornecedores devido o verão.
Em dias normais, Guilherme vende em média trinta cocos e se reabastece sempre que surge a demanda. No entanto, também altera esse comportamento durante o Círio, assim como Romildo. Ambos aguardam ansiosos pelo verão e pelas datas comemorativas, lidando com o período da melhor maneira.
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Clima
O mês de maio marca o fim do chamado inverno amazônico e os totais pluviométricos mensais devem ficar em torno de 300 milímetro, segundo o meteorologista paraense José Raimundo Souza. Ele é porta-voz do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e explica que as chuvas remanescentes ainda são boas para o cultivo do coco. Segundo ele, é o “fenômeno das ondas de leste, que se formam na costa da África, que produzem instabilidade no clima da nossa região”.
Raimundo a temperatura vai aumentar significativamente em Belém, com expectativa de superar os 33° na capital e na região metropolitana, com possibilidade de alcançar os 35°. Apesar disso, ainda haverá chuvas esporádicas em diferentes regiões, mas com comportamentos diferentes entre as localidades. Esse cenário deve se estender até julho, pela avaliação do porta-voz.
“Já podemos dizer que o nosso período é seco e provavelmente será mais seco… Aqui na região metropolitana de Belém a gente ainda tem chuvas, nos meses mais secos acontecem em torno de 100 milímetros a 130 milímetros, ou 150, mais em outras regiões do estado haverá uma seca mais intensa, principalmente o sul do Pará”, explica Souza.
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