Preço de m² na Grande Belém é similar ao de Fortaleza, aponta pesquisa
Segundo dados do 16° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, as vendas no setor imobiliário crescem 41% no primeiro trimestre
O Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) apresentou, nesta quinta-feira (19), os dados do 16° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua com indicadores sobre o número de vendas, novos lançamentos, preços e outros resultados do primeiro trimestre de 2022.
De janeiro a março deste ano, 818 unidades foram vendidas, 41,8% a mais do que nos três últimos meses do ano passado, quando foram 577 unidades comercializadas. Os números apontam uma tendência positiva para o setor, que vem acumulando mais vendas a cada ano. Em 2019, foram 2.164 unidades comercializadas; em 2020, foram 3.267 e; em 2021, o segmento concluiu 3.628 vendas.
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Além disso, a indústria da construção civil observa o aumento do preço por m² nos municípios de Belém e Ananindeua. Uma residência com um dormitório tem o valor do m² variando de R$ 6.929 a até R$ 9.878. Em imóveis de dois dormitórios, o preço mínimo cobrado é de R$ 2.815 e o máximo de R$ 9.383. Para três dormitórios, a variação vai de R$ 3.947 a R$ 10.321. Já no caso de imóveis de com quatro dormitórios, o preço do m² custa de R$ 5.096 a até R$ 12 mil.
“Esse é um valor muito próximo a maioria das cidades do Nordeste, como Fortaleza, em que o m² se estabilizou em cerca de R$ 14 mil”, disse Claubert Barreto, gestor Norte Nordeste da Brain Inteligência Estratégica, responsável pela aplicação do estudo junto a incorporadoras, construtoras e imobiliárias.
A pesquisa trouxe um fator de atenção para o segmento, já que diminuiu o número de lançamentos, refletindo na oferta de imóveis. No primeiro trimestre deste ano já foram lançadas 497 unidades contra 774 unidades no quarto trimestre de 2021, o que indica uma queda de 35,8%. Atualmente, Belém e Ananindeua contam com 2.048 unidades à venda, sendo a maior parte nos clusters que envolvem os bairros da Cidade Velha, Batista Campos, Campina, Reduto, Nazaré, São Brás, Umarizal, Fátima, Marco, Pedreira, Souza e Castanheira.
Na contramão disso, bairros mais distantes da região central, como Pratinha, Benguí, Maracacuera, Outeiro e outros tem menores ofertas, sendo muitas vezes preteridas pelas áreas próximas ao limite entre Belém e Ananindeua. Para Claubert Barreto, o dado traz um indicativo de oportunidade para as construtoras, já que há demanda e pouca oferta de apartamentos para população de baixa renda, por exemplo. Porém, o presidente do Sinduscon-PA, Alex Carvalho, avalia que a razão para que não haja empreendimentos visando esse nicho está no excesso de regramentos para a construção civil na capital, o que acaba inviabilizando novos investimentos.
Empregabilidade na construção civil
Apesar dos resultados positivos da construção civil para a economia, Alex Carvalho mostrou preocupação com índices de ocupação no setor. Em março, o Pará registrou um total de 5.836 novos postos de trabalho contra 5.748 demissões, representando um saldo positivo de 88 contratações. Apesar disso, Carvalho afirma que o desemprego é uma realidade que ronda o segmento.
“O saldo de empregos que o setor vinha sustentando depois de cinco anos, agora, em 2022, estamos vivendo uma pandemia contratual relacionada com o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas”, pontuou o presidente do Sinduscon-PA, apontando os aumentos excessivos nos custos dos materiais de construção como um dos fatores responsáveis por esse efeito.
Além disso, Alex Carvalho destaca o peso que a burocracia traz para a construção civil. “Nós temos um calcanhar de Aquiles é que é tudo muito burocrático e moroso. Aqui em Belém se criam embaraços e restrições que são necessários serem revistos porque isso só faz agravar a questão do desemprego”, analisa.
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