População do Norte é a mais otimista em relação à recuperação econômica do país, diz pesquisa

De maneira geral, a maioria dos brasileiros não acredita que a economia se recupere ainda este ano. Mas grande parte dos Nortista acha que isso pode acontecer

Eduardo Laviano

Um levantamento realizado pela Federação Brasileira de Bancos estima que 68% dos brasileiros não acreditam que a economia brasileira se recupere ainda em 2021. Além disso, 52% avaliam que a situação financeira pessoal não vai se recuperar neste ano.

Os números, porém, são diferentes no Norte do Brasil, que está um pouco mais otimista: 18% da população da região Norte afirma que tudo vai melhorar ainda este ano, a avaliação mais otimista da pesquisa. No resto do Brasil, o percentual é de 13%.

Os nortistas que acreditam na melhora apenas em 2022 somam 59%. Também são os nortistas os que mais apostam na recuperação da situação financeira pessoal e dos familiares ainda neste ano, com 29% de avaliação positiva nesse quesito.

Ainda segundo o estudo, o pessimismo quanto a recuperação da economia é mais agudo entre as pessoas de 18 e 24 anos: 71% dos entrevistados acreditam que a economia só se recuperará depois de 2021 e 15% dizem que a economia nem mesmo se recuperará.

A fisioterapeuta Thamires Otero está nessa faixa etária. Ela tem 23 anos e acumulou trabalhos ao longo da pandemia, seja em hospitais ou em atendimentos particulares em domicílio. Apesar das finanças estarem em dia, ela se diz apreensiva com 2022.

"A vacinação tem avançado, o que é bom para todos. Eu entendo tão pouco sobre economia, mas vejo que as coisas só fazem aumentar. Quando foi a última vez que vimos os produtos do supermercado abaixarem de preço? 2022 é uma incógnita. Não sei se com esse atual governo saindo, as coisas possam melhorar", diz.

A preocupação com a inflação que Otero demonstra é também compartilhada por muitos brasileiros segundo a pesquisa Radar Febraban: 73% dos entrevistados acreditam que a inflação e o custo de vida irão aumentar, um número abaixo que os 80% registrados na mesma pesquisa divulgada em março, mas ainda assim alto.

Outra percepção negativa reduzida entre uma pesquisa e outra foi a de que o desemprego irá aumentar: 52% dos entrevistados acreditam nessa hipótese, contra 70% anteriores. 

Para o professor e cientista política Antônio Lavareda, dois fatores costumam contribuir para o aumento ou diminuição do otimismo de uma nação:

"O que alimenta as expectativas das pessoas em relação a economia é a experiência pessoal e o mundo externo, por meio de telejornais e consumo de redes sociais. Há sinais concretos de recuperação do PIB esse ano e isso alimenta o otimismo. Na região Norte, temos isso mais destacado. Um fator que pode ter ajudado também é alta receptividade do open banking e do Pix na região, com uma percepção muito positiva entre nortistas", afirma ele, que é presidente do conselho científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas.

Na Região Norte, 51% dos entrevistados conhecem e avaliam como positivo o open banking, ou seja, a prática de compartilhamento de informações entre bancos. A pesquisa foi realizada no período de 18 a 25 de junho, com 3 mil entrevistados em nas cinco regiões do Brasil.

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