Petrobras realiza treinamento de equipes para atendimento à fauna
CRD Belém já qualifica profissionais para atuação em projetos de exploração de petróleo na Amazônia
CRD Belém já qualifica profissionais para atuação em projetos de exploração de petróleo na Amazônia
A negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para liberar a licença para realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) na região da costa do Amapá não interrompeu os planos da Petrobras para exploração de petróleo na Amazônia. Enquanto a empresa aguarda a resposta do pedido de reconsideração, outras ações previstas no plano de licenciamento continuam sendo desenvolvidas. Nesta quinta-feira (3), uma dessas medidas ocorreu no Centro de Reabilitação e Despetrolização da Fauna (CRD Belém), que promoveu a capacitação de equipes para atuarem em situações de emergência.
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Apesar de ainda não estar em funcionamento pleno, o centro já mobiliza e qualifica profissionais da área ambiental para atuarem no atendimento de demandas da Margem Equatorial. No treinamento acompanhado pela imprensa, bichos de pelúcia foram utilizados para o exercício da prática de despetrolização.
“A gente entende que a região Norte de uma forma geral não tem muito contato com emergencias, principalmente envolvendo óleo. O processo de reabilitação desse tipo de fauna é diferente da reabilitação de uma fauna silvestre comum. Por isso, estamos treinando profissionais da área ambiental para entender o processo, colocar a mão na massa, saber como faz a limpeza para que, caso aconteça alguma coisa, a gente possa agregar essas pessoas à nossa resposta”, acrescenta Camila.
Por ser um centro pioneiro no Norte do país, a expectativa é que o CRD Belém sirva também para disseminar o conhecimento sobre a fauna atingida por qualquer tipo de óleo, inclusive os refinados que já são transportados pelos rios da região. “A fauna da Amazônia é diferente, por isso que na nossa equipe técnica em sua maioria é daqui. A gente precisou capacitar as pessoas daqui e elas também estão nos capacitando sobre as espécies e o ambiente. É uma troca”, completa Camila Mayumi.
A Margem Equatorial é uma das áreas estratégicas para investimentos da Petrobras. De 2023 a 2027, a estatal deve direcionar cerca de US$ 3 bilhões para os projetos na área. A expectativa é que o primeiro poço da região, denominado poço Morpho, que está localizado no Bloco FZA-M-59, a cerca de 175 Km da costa do Amapá fosse perfurado até março, porém em maio o pedido foi negado pelo Ibama.
A empresa entrou com pedido de reconsideração, mas ainda não há resposta do órgão ambiental. Em meio ao conflito de interesses entre as áreas energética e de meio ambiente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou sobre o assunto, afirmando que a decião do Ibama não seria definitiva e que uma decisão ainda será tomada.
"O estudo do Ibama disse que não era possível, mas não é definitivo porque eles apontam falhas técnicas que a Petrobras pode corrigir”, disse Lula, que defendeu a averiguação científica do potencial das reservas. "Primeiro, a gente tem que fazer a pesquisa, se a pesquisa apontar constatar que a gente tem o que a gente pensa que tem lá embaixo. Aí sim nós vamos fazer a segunda discussão. Como fazer para explorar sem causar nenhum prejuízo a qualquer espécie amazônica?", destacou o presidente