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Pesqueiros realizam protesto no Ver-o-Peso para reverter crise da venda de pescado em Belém

A cadeia produtiva enfrenta receio da população após suspeitas de casos da “doença da urina preta”

Abilio Dantas
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Profissionais de diversas categorias da cadeia produtiva do pescado realizam manifestação hoje (17), às 6h, na Pedra do Peixe do Complexo do Ver-o-Peso, em Belém. O Sindicato dos Peixeiros de Belém (Sindpeixe) afirma que o objetivo do movimento é convocar as autoridades municipais e estaduais a virem a público tratar do problema da queda repentina de vendas do pescado, ocorrida nos últimos dias em razão de seis casos de suspeita, no Pará, da Síndrome de Haff, conhecida popularmente como “doença da urina preta”. Três das suspeitas da doença ocorreram em Belém, Santarém e Trairão, causando receio na população consumidora de pescado nas feiras e mercados da capital paraense e Região Metropolitana.

O presidente do Sindpeixe, Fernando Souza, afirma que a manifestação não é política, e sim econômica, já que o intuito é fazer com que a população seja tranquilizada pelas autoridades sanitárias e as vendas de pescado voltem a apresentar patamares razoáveis, a ponto de não causar mais preocupação aos 400 trabalhadores que estão hoje filiados ao sindicato. “São 400 famílias, isso se consideramos apenas os peixeiros sindicalizados, mas temos também os balanceiros, pescadores, boieiras, donos de restaurantes, e outros tipos de trabalhadores que fazem parte da cadeia do peixe no Pará. O pescado da Amazônia é muito importante para a nossa economia, já que a nossa gastronomia é hoje uma das mais valorizadas do mundo”, destaca.

O representante da categoria dos pesqueiros explica que a principal reivindicação é que a Prefeitura de Belém e o Governo do Pará coloquem os seus técnicos disponíveis para tirar as dúvidas dos paraenses sobre a Síndrome de Haff e, assim, diminuir o receio das famílias em consumirem o produto. “Existe muita fakenews sobre esse assunto. Como ainda há pouca coisa comprovada, precisamos que os técnicos se pronunciem. No Ver-o-Peso, trabalhamos com 40 espécies de pescado, é uma variedade muito grande, a maioria deles não possui comprovação de que possam causar a doença, apenas três, o que significa que restam 37 que podem ser consumidos”, declara.

Fernando Souza também ressalta que a preocupação com o “pão de cada dia” fez com que os peixeiros se reunissem durante a semana com secretário municipal de Economia, Apolônio Brasileiro. De acordo com o sindicalista, o titular da Secon disse que seria pensada uma proposta para o problema dos trabalhadores. “Estamos aguardando a presença de representantes da Prefeitura”, afirma Souza.

 Para Marcos Ferreira Brabo, presidente da Associação dos Engenheiros de Pesca dos Estados do Pará e Amapá (AEP-PA/AP), toda manifestação que tenha como objetivo a valorização dos setores pesqueiro e aquícola merece atenção. “O receio da população foi criado por desinformação, vídeos veiculados sem preocupação com a realidade e algumas matérias feitas sem base, sem conhecimento. O que temos são casos suspeitos, já que ainda não há exames laboratoriais que comprovem a existência da toxina que causa a doença nos pacientes internados. Nós precisamos nutrir a população de informação”, alerta engenheiro de pesca.

Marcos Brabo frisa também que as espécies pirapitinga, tambaqui e pacu são as únicas ligadas a casos da Síndrome de Haff na Amazônia. "Existem mais de 2.000 espécies de peixes na Amazônia, das quais três estão relacionadas a poucos casos se considerado o consumo de pescado na região, nenhum com peixe oriundo de cativeiro", analisa.

Governo do Pará

Na segunda-feira (13), representantes das secretarias estaduais de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e da Saúde (Sespa) se reuniram para criar um Grupo de Trabalho (GT) com a finalidade de rastrear os casos da doença no Pará. “A Sedap orienta que a população fique tranquila, pois essa quantidade registrada é bem inferior ao universo de pescado consumido diariamente no Pará e ressalta, também, que o consumidor se atente para adquirir pescado de boa procedência”, afirmou o Governo do Pará.

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Economia
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