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Passageiros em Belém preferem ônibus do que aviões para viagens de fim de ano

O poder aquisitivo é a principal razão para a escolha

Abílio Dantas
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A proximidade das festas de fim de ano começa a movimentar o Terminal Rodoviário de Belém, especialmente em razão das pessoas que viajam para outros estados para visitar parentes. A opção pelos ônibus neste ano está associada ao aumento dos preços das passagens aéreas, que tiveram alta de quase 60% em um ano, segundo afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em dados de outubro. O valor do querosene de aviação e a baixa da quantidade média de voos mensais desde o início da pandemia, que registrou queda de 75% em setembro deste ano, por exemplo, são alguns dos fatores apontados pelas companhias.

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Por outro lado, a procura por passagens de ônibus nas cidades brasileiras aumentou 30% entre os feriados de 7 de setembro e 12 de outubro deste ano, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). A Associação estima que até dezembro sejam vendidos 3,1 milhões de bilhetes rodoviários, o que significa quantidade maior que em 2019, antes da crise sanitária mundial, quando foram vendidas 2,7 milhões de passagens. Segundo a Abrati, as regiões Norte e Nordeste já estão vendendo mais que nos períodos pré-pandemia.

A auxiliar administrativa Evila Macedo Silva, de 46 anos, moradora de Vila dos Cabanos, distrito do município de Barcarena, foi uma das pessoas que decidiu viajar de ônibus para Teresina, capital do Piauí, na tarde desta quarta-feira (17). A piauiense optou por comprar uma passagem rodoviária pela mesma razão de todos os anos, segundo ela: “meu poder aquisitivo”. “Simplesmente não cabe no meu orçamento (o preço das passagens de ônibus). Pode ser que para algumas pessoas a diferença não seja tão grande. Mas, para mim, o preço de R$ 160 que paguei no assento é o que posso pagar. Vou visitar minha mãe e meus filhos que moram em Teresina”, relata.

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Para Evila Macedo, apesar da vantagem financeira, as condições enfrentadas pelos passageiros de ônibus ainda despertam críticas e preocupações. “As estradas continuam muito ruins em alguns estados. Quando entramos no Estado do Maranhão você nota que a situação fica difícil. Mas também é muito difícil a situação econômica que estamos vivendo, com recessão, os preços dos alimentos muito caros e a alta também do preço dos combustíveis”, reflete.

Morador do município de Tomé-Açu, o agricultor Clóvis Braga de Souza, de 60 anos, aguardava o ônibus no Terminal para iniciar a viagem para Fortaleza, no Ceará. “Há 11 anos não vejo minha mãe. Ela está com 93 anos, por isso vou para lá, e vou levar a minha filha, Carol, que não conhece a avó”, afirma.

Para conseguir as passagens, que custaram R$ 260, cada uma, Clóvis Baga precisou aceitar o oferecimento de empréstimo feito por um amigo. “Você imagina se eu fosse de avião. Essa é uma viagem especial, por isso estou pagando R$ 520, para mim e para a minha filha”, completa.

No ônibus que saiu de Belém em direção a Fortaleza, cujos assentos foram comprados por Evila Macedo Silva e Clóvis Braga de Souza, o preço de um lugar no primeiro andar, com poltronas convencionais, custou R$ 160. Já o segundo andar, onde estão as poltronas-leito, cada unidade custou R$ 260.

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