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Pará tem maior aumento no custo da construção civil dos últimos 12 meses

Região Norte fechou os últimos 12 meses com 16,68%; Pará teve menor variação do mês, mas no acumulado fechou em 18,17%.

Natalia Mello

O Pará fechou os últimos 12 meses com a maior alta do Norte no custo da construção civil: 18,17%, enquanto a média da região ficou em 16,68%. No Brasil, o aumento do preço dos materiais de construção com relação ao metro quadrado também segue se sobrepondo à elevação dos custos com a mão de obra por m², cujas variações de janeiro a junho deste ano foram de cerca de 12% (R$ 731,37 para R$ 829,19 por m²) e 4% (R$ 570,47 para R$ 592,68 por m²), respectivamente. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda a nível nacional, os índices referentes ao último mês, maio para junho de 2021, apontaram aumento dos componentes de material em 2,3%; já a elevação do componente de mão de obra foi de aproximadamente 2,6% – os valores são calculados por metro quadrado. A construção civil como um todo apresentou uma variação de 2,46% no mês, de 11,38% nos seis primeiros meses desse ano, e de 20,92% e no acumulado de 12 meses. No Pará, a variação de maio para junho foi de 0,53% e de 8,20% de janeiro a junho.

Os índices setoriais levam em consideração os insumos necessários para a produção de obras e serviços, materiais de construção, mão de obra e equipamentos. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), Alex Carvalho, o fato de o Pará não possuir um parque industrial que corresponda à maioria dos insumos utilizados na construção civil e a diminuição da oferta fazem com que o Estado sofra bastante os impactos dessas variações.

“Ainda dependemos de um tempo entre a produção e a efetiva entrega desses materiais, tendo em vista que a grande maioria é importada de outros estados. Esses índices acumulados de variação dos últimos 12 meses ultrapassarem 18% traduzem todo o nosso sentimento de preocupação”, afirmou Alex, lembrando que o setor vem alertando as autoridades competentes do risco inflacionário que está impactando diretamente a renda das pessoas e também o costeio da máquina pública.

“Porque há a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro de contrato de obras vigentes, além do aumento do custo das obras privadas e desse descompasso vindo num momento pandêmico que nós ainda estamos vivendo. É muito temeroso e o que nos resta é buscar e tentar contar com ações de governo que possam frear esses aumentos, uma delas seria a redução dos impostos de importação de alguns insumos, principalmente do aço, que neste momento é o recordista do aumento de preço nos últimos 12 meses, já atingiu a escala de 90%”, relatou.

Por fim, Alex reforça a preocupação com o segmento, que diz ser um dos principais responsáveis pela geração de emprego no Brasil. “Dezenas de milhares de empregos poderiam estar sendo gerados, mas infelizmente milhares de pessoas estão sendo duramente penalizadas, e não só no emprego, mas na aquisição de moradia e isso para nós é algo extremamente lamentável”, conclui.

O professor de educação física Leandro Carvalho, de 29 anos, construiu recentemente um banheiro na casa onde mora com os pais, no bairro do Jurunas, em Belém. Com um gasto de aproximadamente R$ 5.500 em uma obra que durou aproximadamente três semanas, ele conta que achou mais custoso o valor que precisou dispender com o acabamento. “Foi R$ 4 mil com material. Lajota, vaso, pia, acabamento em si, tudo muito caro. Meu banheiro tem 4 metros de comprimento por 1,5 metros de largura, então não é muito grande. Fora a mão de obra, né, sai bem pesado”, finaliza.

Vendas

O proprietário de uma rede de lojas de materiais de construção, Claudio Batista, conta que vem observando um volume de vendas igual ou até menor do que no mesmo período do ano passado, mas, por conta da alta dos produtos, o setor vem faturando um pouco mais. “Tem departamento, tipo o aço, que dobrou de preço, se pegar julho do ano passado e pegar o início de julho agora, teve aumento de 100%. A cerâmica e o porcelanato chegou a 80% no acumulado do período. Agora a tendência é estabilizar em algumas departamentos”, afirmou.

Sobre as estratégias adotadas para que o consumidor não sinta tanto o impacto, Claudio conta que precisou fazer o repasse do preço gradativamente e ter bastante material em estoque ajudou a driblar esse impacto direto ao cliente. “O consumidor tem noção que o preço não vai baixar, ou ele compra agora ou há o risco dele comprar mais caro lá na frente. A gente vai absorvendo essa margem e passando 5% em uma semana, depois mais 5%, É o único jeito da gente driblar o impacto direto para o consumidor. Quando sabemos que tem aumento a gente acaba comprando mais para fazer estoque, mas não consigo segurar o reajuste que a indústria passa para o varejo”, finaliza.

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Economia
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