Pará se destaca na safra de grãos 2025/26 com projeção de 4,1% de crescimento
Resultado é impulsionado pela expansão da área plantada, que deve crescer 10,4%, de 2 milhões para 2,2 milhões de hectares

O Pará é um dos principais destaques da Região Norte nas projeções de crescimento da safra de grãos para o ciclo 2025/2026. Segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (14), a produção estadual deve atingir 7,3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 4,1% em relação à safra anterior, estimada em 7 milhões de toneladas.
O resultado é impulsionado pela expansão da área destinada ao plantio, que deve crescer 10,4%, passando de 2 milhões de hectares em 2024/25 para 2,2 milhões em 2025/26. Apesar da ampliação, a produtividade por hectare tende a apresentar uma leve redução, de 3.480 para 3.279 quilos por hectare, conforme aponta o levantamento.
Entre as culturas que mais contribuem para esse avanço, o feijão se destaca com o maior crescimento percentual: a produção deve subir 28,2%, passando de 12,4 mil para 15,9 mil toneladas. O sorgo também apresenta desempenho positivo, com alta prevista de 11,5%, de 209,5 mil para 233,6 mil toneladas. Já a soja, principal cultura do estado, deve registrar aumento de 8,2%, alcançando 4,86 milhões de toneladas.
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Cenário nacional
Em nível nacional, o primeiro levantamento da safra 2025/26 indica um novo ciclo de expansão para a agricultura brasileira. A produção total de grãos deve chegar a 354,7 milhões de toneladas, um aumento de 0,8% em relação ao volume colhido na safra anterior — que foi recorde, com 350,2 milhões de toneladas. A área plantada deve crescer 3,3%, atingindo 84,4 milhões de hectares.
A soja segue como o principal produto agrícola do país, com estimativa de colheita de 177,6 milhões de toneladas. A área cultivada deve aumentar 3,6% em relação ao ciclo 2024/25, quando o país colheu 171,5 milhões de toneladas. As chuvas de setembro favoreceram o início do plantio, com 11,1% da área já semeada no momento da pesquisa. Os estados de Mato Grosso e Paraná registravam, nos primeiros dez dias de outubro, 18,9% e 31% da área plantada, respectivamente.
O milho também apresenta tendência de crescimento. A área total deve alcançar 22,7 milhões de hectares, com produção estimada em 138,6 milhões de toneladas nas três safras do grão. Na primeira safra, a expansão da área é de 6,1%, com expectativa de colheita de 25,6 milhões de toneladas. No Sul do país, o plantio já avança: no Rio Grande do Sul, 83% da área estava semeada até 11 de outubro, enquanto no Paraná o índice era de 84% e em Santa Catarina, de 72%.
Outras culturas
Para o arroz, a Conab projeta redução de 5,6% na área cultivada, com produção estimada em 11,5 milhões de toneladas. Na região Sul, responsável pela maior parte da colheita, o período é de preparo do solo e início do plantio. O feijão deve manter estabilidade, com produção de cerca de 3 milhões de toneladas nas três safras previstas. A primeira deve ter redução de 7,5% na área, com 840,4 mil hectares.
Entre as culturas de inverno, o trigo deve atingir 7,7 milhões de toneladas, uma queda de 2,4% em relação à safra anterior. A retração é atribuída à redução de quase 20% na área plantada, influenciada por condições climáticas menos favoráveis.
Exportações e consumo
As projeções da Conab apontam alta nas exportações de milho, que devem passar de 40 milhões para 46,5 milhões de toneladas em 2025/26. O consumo interno também deve crescer, impulsionado pela produção de etanol, alcançando 94,5 milhões de toneladas.
No caso da soja, o Brasil deve manter a liderança mundial nas exportações, com estimativa superior a 112 milhões de toneladas. O processamento interno também tende a avançar, podendo atingir 59,56 milhões de toneladas até 2026, em razão da maior mistura de biodiesel e da crescente demanda por proteína vegetal.
Mesmo com menor área plantada, o arroz deve manter boa oferta interna e ampliar as exportações, que podem chegar a 2,1 milhões de toneladas — ante 1,6 milhão no ciclo anterior. O consumo doméstico deve permanecer estável, próximo de 11 milhões de toneladas.
Projeções por regiões
Norte
• 2024/25 - 22,66 milhões de toneladas
• 2025/26 – 23,34 milhões de toneladas
• 3% – Aumento na produtividade
Nordeste
• 2024/25 – 31,36 milhões de toneladas
• 2025/26 – 32,64 milhões de toneladas
• 4,1% – Aumento na produtividade
Centro-Oeste
• 2024/25 – 179,27 milhões de toneladas
• 2025/26 – 175,39 milhões de toneladas
• -2,2% – Aumento na produtividade
Sudeste
• 2024/25 – 30,15 milhões de toneladas
• 2025/26 – 30,39 milhões de toneladas
• 0,8% – Aumento na produtividade
Sul
• 2024/25 – 88,46 milhões de toneladas
• 2025/26 – 92,93 milhões de toneladas
• 5% – Aumento na produtividade
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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