Pará fecha novembro com superávit de US$ 1,6 bi puxado pelo setor mineral

Minério de ferro lidera vendas externas, mas outras cadeias ganham força na economia paraense

Maycon Marte
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O Pará fechou o mês de novembro com um superávit de US$ 1,6 bilhão na balança comercial, aproximadamente R$ 8,71 bilhões. O resultado demonstra um bom desempenho das exportações paraenses, em especial para a China, principal comprador dos bens estaduais em nível internacional. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e apontam os produtos minerais como o principal indicador da balança paraense, com um valor total de US$ 1.311.333.093, ou R$ 7,14 bilhões.

Entre os produtos com maiores desempenhos na balança de exportações do estado, os minérios de ferro e seus concentrados representaram 62,5% de participação no total do mês, alcançando US$ 1.106.167.973, seguidos pelos minérios de cobre, com participação de 10,4%, e pelas carnes, com 7,1%.

Apesar dos bons números, os valores registrados pela categoria de produtos minerais, de maneira ampla, US$ 1.311.333.093, não alcançam o volume do mesmo período do ano anterior, quando se registrou US$ 1.696.795.113, uma redução de aproximadamente 22,7%. Mesmo nesse cenário, os minérios ainda somam uma das maiores parcelas da receita do estado, posicionando o Pará como um dos principais exportadores desse segmento no país, ao lado de Minas Gerais (MG), segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Para o economista paraense e consultor de empresas Nélio Bordalo, os números indicam um crescimento econômico que pode estar começando a se pautar em outros segmentos importantes da economia estadual. Esse desempenho impulsiona atividades como a agropecuária, que também possui presença expressiva na região.

“O crescimento da variedade de produtos exportados pelo Pará em 2025 também indica que o estado está conseguindo diversificar sua pauta exportadora. Isso sugere que, mesmo com retração momentânea nas exportações minerais, está ocorrendo adaptação da economia paraense, com novas cadeias produtivas, o que pode reduzir a dependência exclusiva da mineração. Esse reposicionamento do nosso estado favorece maior resiliência econômica e abre espaço para crescimento em setores ligados ao agronegócio, agroindustrial, pesca, pecuária, produtos de origem animal e até produtos de maior valor agregado, o que pode ser uma estratégia mais sustentável de longo prazo”, avalia Bordalo.

Outras categorias de bens presentes na exportação do estado também apresentaram mudanças expressivas em relação ao ano anterior, como os produtos das indústrias químicas e conexas, com 51,6% a menos. No entanto, também há dados positivos, liderados pela exportação de animais vivos e produtos de origem animal, que registraram um aumento de 81,2% no mesmo período analisado.

O balanço de importação do estado também apresentou um bom resultado em novembro, com um valor de US$ 168,5 milhões, um aumento de 12,4% em comparação com o mesmo período de 2024. O principal parceiro comercial do Pará nas importações são os Estados Unidos (EUA), com participação de 33,7%. As principais importações foram de produtos da indústria da transformação, com destaque para adubos e fertilizantes utilizados na agropecuária, que somam US$ 608 milhões.

No acumulado do ano, o Pará registrou um superávit de US$ 19,4 bilhões, com exportações de US$ 21,9 bilhões e importações de US$ 2,5 bilhões. Nessa análise, os minerais também seguiram como principais bens exportados, com US$ 14.066.815.497.

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Parceria

Dos parceiros comerciais do Pará, a China se mantém como o principal comprador dos produtos estaduais, com participação de US$ 898,5 milhões, o equivalente a R$ 4,9 bilhões. Com esses números, o país asiático ocupa o primeiro lugar no ranking de compradores, mesma posição do mesmo período do ano anterior, quando o valor registrado foi de US$ 11,4 milhões (R$ 62 milhões). Os principais produtos exportados para a China incluem produtos minerais, do reino animal e metais comuns.

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