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Pará arrecadou mais de US$ 9 milhões com exportação de laranja e derivados em 2024

Vendedores locais garantem oferta constante, mas apontam variação semanal nos preços

Maycon Marte
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A queda na produção de laranja em diversos países, devido a uma praga comum em cítricos, aumentou a demanda por importações de suco concentrado e outros derivados, o que abriu espaço para outros mercados. No Pará, esse cenário impulsionou a citricultura, que, segundo o produtor paraense Arcídio Ornela Filho, registrou um aumentou na produção e nas vendas. O estado é favorecido pelo fato de possuir uma das poucas áreas livres da principal praga que atinge os cítricos, o “greening”.

Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) mostram que, em 2024, o Pará exportou 1,7 mil toneladas de laranja e derivados, totalizando US$ 9,41 milhões. No mercado interno, a oferta do fruto é considerada estável, mas os preços variam semanalmente e a saca pode chegar a até R$ 80, segundo o vendedor de sucos Roberto Hernandez.

O grande responsável pelos prejuízos nas produções do mundo inteiro, o greening, é uma doença bacteriana que afeta plantas cítricas, conhecida dos produtores há anos. Não há cura para a ela e seu combate é feito pela eliminação de frutas doentes e controle do inseto vetor. É considerada a pior praga em produções desse tipo. E, no Brasil, afeta principalmente o estado de São Paulo, que possui uma das maiores produções de laranja do país.

No Pará, a situação é oposta. Enquanto a doença derrubava estoques e elevava os preços internacionais do suco, a produção local crescia. Isso foi possível porque o estado possui uma das zonas livres de pragas nesse tipo de cultivo. O espaço foi criado pelo produtor e pioneiro na citricultura no estado, Arcídio Ornela Filho, com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), quando ainda era diretor na instituição.

“O Pará ainda não tem greening, então nós ainda somos uma zona livre de praga de citros… O nosso polo, a região do norte, aqui do Pará, pelo contrário, ela fez foi aumentar a produção e aumentar a área plantada no ano passado. Esse ano a gente tem uma perspectiva de uma boa safra, que é diferente dos cenários dos outros lugares”, explica o produtor.

Previsão de menor preço

Com o aumento da demanda em 2024, o preço do suco de laranja chegou a saltar de R$ 500 para cerca de R$ 2.200. No entanto, a qualidade inferior de parte da produção, reflexo do impacto da greening, decepcionou os principais mercados consumidores, o que pode provocar uma queda nos preços nas próximas safras. Os principais destinos da laranja e derivados exportados pelo Pará foram os Países Baixos (80% do total) e os Estados Unidos (15%), conforme os dados do Mapa.

“A previsão esse ano é que a fruta vai ser mais barata esse ano, porque diminuíram a importação. Então, vamos ter que começar de novo, a fazer um suco de boa qualidade, enviar par alá e o consumidor ter a coragem de experimentar. É um processo lento até o consumidor voltar a consumir”, explica.

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Mercado local segue abastecido

Apesar das oscilações nos preços, o abastecimento da fruta no Pará não é comprometido. O venezuelano Roberto Hernandez, que vende sucos em Belém há pelo menos quatro anos, relata que o preço da saca varia entre R$ 50 e R$ 80, sem aviso prévio dos fornecedores. A compra dos seus produtos acontece em Belém, mas vem de diferentes regiões do estado.

“Está Normalmente a R$ 50, não tem um preço normal, varia entre R$ 69, R$ 70 e por aí vai. Há três dias eu paguei R$ 80”, explica Hernandez.

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