Setor de brechós se expande no Pará e já conta com 2.100 de negócios formalizados

Paraenses estão aderindo ao modelo de negócio que contempla economia e sustentabilidade

Leandra Souza / Especial para O Liberal

Muitos belenenses estão aderindo a um modelo de negócio que contempla economia e sustentabilidade, por meio de brechós. Um empreendimento baseado a partir de uma economia circular, com um preço justo. Dados disponibilizados pelo Sebrae Pará mostram que o estado já acumula mais de 2.100 brechós formalizados. Em Belém são 132 empreendimentos regularizados.

Jucilene Jucá, que comanda o Brechó da Juci, está nesse modelo de mercado desde 2014. Juci, como gosta de ser chamada, iniciou o brechó com um desapego do próprio guarda-roupa. “Eu comecei postando as minhas peças e vendi. Deu certo. Depois eu postei de algumas amigas, deu certo também. Aí eu fui e comprei para revender e consegui. Ali eu vi que realmente tinha um potencial e eu teria um bom retorno”, detalha a proprietária do brechó. Assim, o que era para ser apenas um desapego, virou um negócio.

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O Brechó da Juci que havia iniciado nas redes sociais, há cinco anos possui loja física, localizada em Belém. Conta com um acervo de peças obtido pelo próprio perfil no Instagram do brechó. “As peças chegam através dos fornecedores que eu conheço. Eu não faço consignação, eu compro as peças”, afirma a empresária de 39 anos.

Juci seleciona cuidadosamente cada peça que será ofertada em sua loja. Com uma curadoria minuciosa. Todas são lavadas e passadas com cautela. “A peça tem que ser excelente, sem nada rasgado, nada manchado, nada desgastado. Eu agrego vários estilos, mas todos em bom estado de conservação”, detalha Jucilene. Caso algum reparo simples deva ser feito, a proprietária encaminha a peça para o conserto. “Se for algo para a costureira resolver, eu já mando”, declara.

Feira de Brechó

Outra pessoa que visualizou uma oportunidade de empreender com moda circular, foi a Micheli Yahagi. Ao invés de montar um próprio brechó, Yahagi resolveu organizar a feira itinerante chamada “Reuse Ananin”. A iniciativa reúne vários “brecholistas”, como são chamados os donos dos brechós, em estacionamentos e/ou espaços amplos em Ananindeua. Para a organizadora da feira, essa é uma oportunidade de visibilizar os brechós de uma forma coletiva. “A gente estabelece uma venda direta e melhor com o cliente, já começa a conhecer e a interagir com os clientes. Cada um vai ganhando seu espaço, ganhando seus clientes”, descreve.

Segundo Alessandra Lobo, gestora de Economia Criativa do Sebrae, as feiras itinerantes de brechó “fortalecem os negócios e ampliam a visibilidade”, afirma. “Algumas chegam a reunir mais de 50 brechós e mil visitantes por edição, ajudando a consolidar a moda circular como segmento econômico viável e desejado”, explica Lobo.

A Reuse Ananin está em funcionamento há pouco mais de um ano. E desde o início, incentiva principalmente o empreendedorismo feminino. “O nosso principal expositor são as mulheres”, aponta a empresária de 44 anos. O cenário ajuda com que as brecholistas criem uma coletividade que incentiva o empreendedorismo. “A gente insere elas em uma comunidade que tem um propósito de sustentabilidade”, assegura.

O Sebrae inclusive oferece orientação para formalização, capacitação e consultoria a mulheres, com o intuito de viabilizar o acesso ao mercado. De acordo com Alessandra, toda essa preparação é organizada pelo programa Sebrae Delas, um projeto que apoia o empreendimento feminino no estado. “As mulheres contam com mentoria, oficinas e uma rede de apoio para empreender com propósito e sustentabilidade”, destaca

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