Setores autorizados a reabrir em Belém estão otimistas e confiantes
Prefeitura liberou o funcionamento, com protocolos, de clubes sociais, cinemas, museus, teatros, esporte coletivo e eventos sociais
Cinco meses após o início da pandemia do novo coronavírus no Pará e dois meses e meio depois do retorno do comércio de rua, concessionárias e eventos religiosos presenciais (na primeira etapa do plano de retomada das atividades econômicas), quase todos os setores econômicos estão liberados pela Prefeitura, seguindo os protocolos com medidas de prevenção.
Com a mais recente liberação, anunciada na última quinta-feira (20), e que alcançou clubes sociais, cinemas, museus, teatros, esporte coletivo e eventos sociais, há otimismo e confiança de uma recuperação da demanda perdida durante os dias de maior restrição, por quem trabalha nessas áreas.
O setor de eventos, por exemplo, que agrega uma rede de trabalhadores de várias áreas - da pessoa que faz o convite da festa aos cerimonialistas, músicos, decoradores ou responsáveis pelo buffet -, estava entre os primeiros que tiveram que parar as atividades, como forma de prevenção à covid-19, e por isso sentiu grande impacto no período de restrições mais duras. Mas desde a retomada gradual da economia, esse setor vem reagindo.
“Com relação a festa infantil, familiar, a demanda é muito grande. Tem muita gente entrando em contato, querendo comemorar a festa do filho, porque foi um período difícil e mais do que nunca eles querem comemorar, confraternizar com familiares e a gente realiza brincadeiras com crianças e adultos”, diz Allan di Abreu, dono e músico da banda Turma Fantástica, que se apresenta em festas infantis.
Logo que a autorização para realização de eventos sociais com até 150 pessoas foi anunciada pelo prefeito de Belém Zenaldo Coutinho, ele conta que a banda foi procurada para se apresentar no outro sábado, dia 29, em um salão de um prédio, na capital. Esse final de semana, eles vão tocar em Salinas. Com a procura para festas familiares, em casa, já em alta, existe a expectativa de aumento considerável na demanda e agenda cheia para os próximos meses, com mais essa liberação.
“Eu acredito que vai ser a mesma proporção de antes ou até mais do que antes da pandemia”, comemora Allan, após um período de muitas dificuldades.
Ele conta que, ao todo, 87 eventos que estavam agendados pela banda deixaram de ser realizados em razão da pandemia. Desses, em torno de 40% foram reagendados para 2021. Em outros 40%, ainda não houve definição da data e se vai ser esse ano ou ano que vem. Já em 20% dos casos, Allan diz que o contratante prefere esperar mais tempo ou pensa em cancelar definitivamente.
Durante o tempo sem festas, a banda sobreviveu com o valor arrecadado com o sinal de 50% pago no ato da contratação. “Com esse dinheiro, a gente pode manter a empresa funcionando, ativa, durante cinco meses. Alguns músicos conseguiram auxilio emergencial, e nisso a gente vai vivendo. Vamos começar a organizar a nossa vida financeira agora, na volta”, afirma.
Proprietária de uma loja de materiais de locação para festa adulto e infantil, Karina Serruya enfrentou queda de faturamento de cerca de 90% com a chegada da pandemia, mas também já dá sinais de reação, nesse período de retomada. Antes mesmo da liberação dos eventos sociais com até 150 pessoas, por parte da Prefeitura de Belém, ela recebia pedidos de aluguel de kits para festas menores, em casa.
Para ela, com mais essa liberação, o setor vai conseguir se recuperar. “Até mesmo porque nosso povo é festeiro. Mas espero que seja com todos os cuidados necessários”, enfatiza. Ela acredita que alguns eventos serão feitos ainda esse ano. “Amanhã (sábado), por exemplo, já aluguei um material para um casamento em um sítio em Ananindeua, para 120 pessoas”, conta. Segundo Karina, nesse mês de agosto, já havia sido observada uma melhora na demanda. “Porém, têm muitos ainda fazendo a festa em casa”.
O Prefeitura ainda não liberou a reabertura de bares, realização de shows ou aulas presenciais nas escolas.
ESPORTES
O Prefeito de Belém, em mais essa etapa do plano de retomada da economia, autorizou a prática de atividades físicas coletivas, o que animou o setor esportivo, que já tinha uma grande clientela aguardando essa liberação. É o caso das academias, autorizadas a funcionar desde o dia 6 de julho, mas apenas para a prática de exercícios individuais.
“O setor de academia como um todo recebe isso com uma felicidade enorme, porque os próprios alunos que já voltaram às atividades perguntavam sobre isso e também muitas pessoas estavam esperando para voltar somente quando tivessem as aulas coletivas. A gente enxerga essa demanda e sabe que as aulas coletivas sempre complementam com as outras modalidades que a academia oferece”, declarou Pietro Maiorana, diretor comercial da Fit4you.
Na empresa dele, as aulas vão começar ainda em agosto, na próxima semana. Até lá, a academia deve ajustar o quadros de professores. “E eles estavam bem tensos, com a incerteza, afinal, a maioria ganha referente somente a aula. A gente vai ajustar tanto com eles, como a divulgação de uma forma responsável. Por isso, a gente ainda não divulgou. Vai ficar para semana que vem, para organizar”, explica.
Segundo Pietro, desde a autorização do retorno desse setor, a procura tem aumentado. Quando a academia dele fechou, em razão da pandemia, por exemplo, contava com 1.800 alunos. Ao reabrir, tinha 900 alunos e, em menos de dois meses, ganhou mais 150. “A covid-19 representa uma crise mundial relacionada à saúde e a academia tem a questão de saúde e qualidade de vida”, observa.
Além das normas da Prefeitura, de prevenção ao novo coronavírus, o setor segue as recomendações da Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil). “A procura está muito grande, o nosso único obstáculo mesmo é o fato de que nós temos que ficar fiscalizando o uso de máscara e nas ruas, como não tem fiscalização, treinam sem o uso da máscara. Eles (alunos) entendem, mas argumentam sobre a dificuldade. Mas a gente tem pouquíssimos problemas com essa questão. As aulas coletivas era outro (obstáculo), que já foi superado”, observa Pietro.
CINEMAS
Autorizados a reabrir, os cinemas aguardavam o Decreto Municipal com a liberação dessa atividade - que até o início da tarde de sexta (21) ainda não havia sido publicado -, para definir a data em que voltariam a funcionar. A Moviecom Cinemas informou que tem a reabertura prevista para o dia 3 de setembro na cidade de Belém. “Todos os protocolos determinados pelas autoridades serão rigorosamente seguidos para garantirmos ao máximo a segurança de nossos clientes e colaboradores”, informou em nota.
A UCI disse que está estudando a melhor data para a reabertura do seu cinema na cidade, e que vem implementando todas as medidas cabíveis e necessárias, de acordo com os pontos do protocolo de saúde obrigatório recomendado pelas autoridades de Belém e pela OMS (Organização Mundial de Saúde). “Reabriremos em breve e prontos para receber o público com segurança, preços promocionais de ingressos, promoções na bombonière e programação especial”. O Grupo Cinépolis informou à reportagem que ainda não tem data para retorno de suas atividades comerciais.
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