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Novo aumento autorizado pela Petrobrás preocupa consumidores e empresários no Pará

Com a alta, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%).

Natalia Mello
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Consumidores e empresários paraenses estão preocupados com as constantes altas no preço dos combustíveis em todo o Brasil. Na segunda-feira (25), foi anunciado mais um reajuste pela Petrobrás: o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%). A empreendedora Priscila Bassan, de 36 anos, precisou lançar mão de um carro da família para dividir apenas um veículo com o marido, por não estarem conseguindo arcar com os custos do bem.

“Tínhamos dois carros até um mês atrás, mas não tem mais condições. Hoje gastamos em média 300 reais por semana, porque levamos o filho para a escola, buscamos, leva no médico, preciso fazer as minhas entregas. Tem sido difícil”, relata Priscila, que trabalha com a venda de objetos personalizados. Ela conta ainda que o marido passou a ir de uber para o trabalho e a aguarda busca-lo, e que o casal conta com as férias do filho para economizar. “Fora todos os custos do carro, né? IPVA, financiamento. Foi a saída que encontramos para não perdermos mais qualidade de vida”, concluiu.

Esse é o segundo reajuste no preço da gasolina este mês para as distribuidoras – no dia 9, a gasolina já havia sido reajustada em 7,2%. O litro do diesel A passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,28 por litro (alta de 9,15%). A última alta do combustível havia sido em 28 de setembro, de 8,89%. Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (25) pela petroleira, os novos valores passam a vigorar a partir de terça (26).

Nos postos, o preço médio da gasolina ficou em R$ 6,36 o litro na semana passada, com o valor máximo chegando a R$ 7,46, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O óleo diesel, por sua vez, registrou preço médio de R$ 5,04 e máximo de R$ 6,42 o litro.

O mestre cervejeiro de uma cervejaria artesanal em Belém, Paulo Bastos, conta que os gastos com a gasolina aumentaram cerca de 33% nos últimos meses. Antes, os custos para abastecer o carro ficavam em R$ 450, em média. Hoje, esse valor chega a R$ 600 por mês. “Eu tenho colocado 40 reais de dois em dois dias, antigamente colocava 30 reais. Tenho tentado segurar ao máximo para tentar manter as outras necessidades do dia a dia, como alimentação”, afirmou.

Paulo diz que já pensa na possibilidade de comprar uma bicicleta para substituir o carro, que, como é antigo, acaba precisando de alguns ajustes para ser mais econômico. “Tem coisas no meu carro que preciso arrumar para ter um consumo de gasolina mais baixo, precisa de manutenção, porque ele é de 2010, então já penso em desistir do carro para comprar uma bicicleta, uma moto elétrica. Até tentei já usar uber, mas também está bem ruim em Belém esse serviço”, finalizou.

A advogada Laís Pantoja fala também sobre algumas mudanças na rotina da casa, que divide com o pai, a mãe e a irmã, para minimizar os impactos do aumento dos combustíveis. “Minha mãe é a única que trabalha fora, deixamos ela no trabalho e voltamos para casa. Passamos a treinar no mesmo horário, todas, se tem alguma coisa da casa para fazer, tipo supermercado, médico, a gente tenta conciliar com os horários que saímos para buscar ou deixar ela. Complicado, enchíamos o tanque toda semana e custava 180 reais, agora está 270”, finaliza a jovem, que sempre que pode vai até Ananindeua para abastecer. “A diferença chega a 20 centavos, então compensa”.

O empresário Mário Chermont tem dois postos de gasolina na capital paraense e comenta que o segmento tem enfrentado dificuldades. “Não é bom pra o segmento. O valor vai ser repassado devido ao aumento ser considerável. Também há a circulação menor dos clientes, então acaba que temos prejuízos”, ressalta.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicombustíveis Pará) informa que os postos atuam no último elo da cadeia e estão sempre vinculados ao preço praticado pelas distribuidoras. O sindicato não faz acompanhamento de preços, por expressa previsão legal. Mediante o fato, o repasse do aumento para as bombas depende de uma série de questões, como margens de distribuidoras, tributos e perspectivas comerciais específicas de cada empresa.

O Sindicombustíveis reitera que o principal fator da elevação recente dos preços dos combustíveis na refinaria é a adoção pela Petrobrás da política de igualdade de preços com o mercado internacional de petróleo. Os valores variam de acordo com o dólar e com o preço do barril de petróleo, que sofreram grande elevação desde 2020.

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