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Norte é a região que mais valoriza contratação de plano de saúde, aponta pesquisa

Levantamento realizado pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) diz que 97,6% dos nortistas consideram importante o serviço particular

Daleth Oliveira
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Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) apontou que os moradores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) do Norte do país são os que mais valorizam o plano de saúde. Na região, 97,6% dos entrevistados informaram que consideram importante contratar o serviço particular.

No Sul, o percentual cai para 75,1%. Na média nacional, o estudo identificou que 83,3% consideram o serviço privado necessário. Entretanto, a valorização diverge com os números de contratação. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que apenas 4% da população do Norte pagam o benefício.

Para a Anab, a divergência se dá pelo baixo poder aquisitivo da população nortista. A pesquisa informa ainda que a maioria dos entrevistados do Norte não possui plano por questões financeiras. Na região, o percentual chega a 81,5%, enquanto no Centro-Oeste é de 62,2%. Entre os que responderam que nunca tiveram um plano, a maioria se concentra nas regiões Norte, com 55,4% e Nordeste, 48,7%.

Este é o caso de Edivânia Lima, mãe de três filhas e funcionária pública. Ela conta que aos 42 anos, já pensou muito em contratar um plano de saúde particular, mas ao colocar os custos na ponta do lápis, prefere continuar dependendo do SUS.

“Como tenho três filhas, jamais pagaria apenas para mim, pagaria também para elas. Aliás, se eu pudesse, pagaria apenas para elas. Mas como o SUS sempre nos atendeu bem, opto por seguir sem um plano particular, já que sairia muito caro para mim. Já tive problemas na gravizes, minha filha mais velha já precisou fazer cirurgia, a mais nova nasceu prematura e sempre fomos bem assistidas nos hospitais públicos”, relata Edivânia.

Para ela, o plano de saúde seria bom por acreditar que teria acesso a consultas e exames mais rápido, mas que ainda não tem essa necessidade. “Talvez quando eu ficar mais velha, seja bom, mas por enquanto, sigo bem o suficiente para não fazer esse investimento. Até lá, espero que o SUS melhore, pois já é um serviço muito bom e gratuito, seria incrível chegar na velhice sem precisar de plano particular porque posso continuar sendo bem atendida no serviço público”, explica.

Frequência de consultas

Outra diferença encontrada na pesquisa é com relação à frequência de visitas ao médico. A maior parte dos entrevistados vai ao médico a cada seis meses, mas, enquanto no Sudeste 22% das pessoas vão nesse intervalo de tempo, no Norte a parcela sobe para 33,9%. Já entre os que vão anualmente apenas, a diferença é bem menor.

A pesquisa mostra ainda que a percepção para a importância do plano de saúde para diferentes faixas etárias é bem diferente entre as regiões. Apesar de todos acharem mais importante para idosos, no Norte, 34,8% consideram que adquirir plano de saúde para idoso deve ser prioridade. Em seguida vem para adultos, com 31,9% e depois para crianças, com 31,9%. Já no Nordeste, a prioridade para idosos é bem maior: 47%, enquanto para crianças vem em segundo lugar, com 24% e adultos em terceiro, com 23,1%. No Sudeste, também é mais equilibrado. Cerca de 39,6% priorizam idosos, 36,8% crianças e 17,4% adultos.

A pesquisa abordou ainda, entre usuários do SUS, que 68% chegaram a desistir de ir ao médico pela dificuldade em ter acesso ao sistema de saúde. No Norte, 68,2% fazem parte desse grupo. No Sul, onde há o menor percentual, 60% também desistiram. O maior percentual ficou no Centro-Oeste, de 87,7%.

Edivânia conta que, apesar das filas que encontra para consultas e exames, nunca desistiu de se consultar pelo SUS. "Todas as vezes que precisei de atendimentos emergenciais, consegui. Agora claro que para consultas existe uma espera, mas eu entendo, é muita gente buscando o serviço. Eu espero. Pela saúde, sempre vale a pena esperar”, considera.

A pesquisa

Realizada em parceria com o Instituto Bateiah - Estratégia e Reputação, a Pesquisa ANAB de Assistência Médica realizou coleta de dados nacionalmente em abril, por meio de entrevistas telefônicas. Num cenário menos crítico da pandemia, com a queda dos registros de casos de coronavírus, porém com os riscos ainda presentes, a população passou a ter maior compreensão sobre a fragilidade da vida e está mais preocupada em ter acesso amplo ao serviço assistencial da saúde. Entre os entrevistados, brasileiros, com 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões de seu domicílio. A amostra final foi de 1.012 entrevistados.

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