Mesmo com queda na exportação, Pará teve o melhor saldo da balança comercial em janeiro
Estado exportou US$ 1,42 bilhão em janeiro deste ano e importou US$ 178,5 milhões

O primeiro mês do ano não trouxe resultados positivos para a exportação paraense, que, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), teve queda de 28,8% em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No total, o valor exportado ficou em US$ 1,42 bilhão este ano, sendo que, em 2021, no primeiro mês, o número chegou a US$ 2 bilhões. Mesmo com a queda, o Pará continua em quinto lugar entre os Estados brasileiros que mais exportam e teve participação de 7,9% na balança comercial do país.
O principal produto da pauta exportadora paraense é o minério de ferro, correspondendo a 70% do total. Ele respondeu, em janeiro deste ano, por mais de US$ 1 bilhão do total, mas teve queda de 33% na comparação com 2021, o que contribuiu para o resultado negativo. Mas o item que mais sofreu retração foi o manganês (-98%).
Outros produtos que têm destaque na pauta exportadora paraense são: alumina (9,3%); alumínio (4,3%); ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (3,7%); carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (2,5%); madeira, parcialmente trabalhada e dormentes de madeira (2,3%); e outros. Os principais compradores do que é exportado pelo Pará são a Ásia, que responde por quase 70% da exportação, a União Europeia, com 11,94%, e a América do Norte, com 7,69%.
Já na importação, ainda com dados do Ministério, o resultado foi positivo, com alta de 47,8% entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, passando de US$ 120,8 milhões para US$ 178,5 milhões, sendo que a Rússia é o país que mais vende ao Pará. A participação do Estado na balança comercial brasileira é de apenas 0,9%, e o território ficou na 17ª posição no ranking dos que mais importam.
Na pauta, os destaques vão para os seguintes produtos: adubos ou fertilizantes químicos (33%); óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (15%); elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogênios (14%); carvão (11%); produtos residuais de petróleo e materiais relacionados (8,1%); e outros. Já o que teve a maior variação em um ano foi o cloreto de potássio, com 97,67% a mais de importação, além de produtos de base para a indústria, adubos, fertilizantes e alguns que são essenciais para a indústria.
A diferença entre o que é exportado (vendido) e importado (comprado) resulta no saldo. No caso do Pará, um saldo positivo de US$ 1,25 bilhão, com a primeira colocação entre os Estados brasileiros. Segundo a coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN), Cassandra Lobato, a liderança mostra como o Pará consegue manter um equilíbrio, e mesmo com a queda nas exportações teve resultado positivo em janeiro.
Para a especialista, o primeiro mês do ano nunca é um “termômetro” para a balança comercial, visto que o cenário ainda é incerto e não é possível saber como será o restante do ano – só a partir do fechamento do primeiro trimestre é que vêm as impressões iniciais do mercado. “Muitas indústrias estão fazendo contratos, aditivos, tudo reiniciando, nada está claro, por isso não levo tanto em conta o resultado de janeiro, é sempre assim”, comenta.
Em relação às expectativas para 2022, Cassandra acredita que será um ano difícil por conta das eleições, embora já seja esperada, e a consequente insegurança com o capital estrangeiro. “Ele não gosta de sentir medo e começa a se posicionar. Tudo indica que vai ser um ano difícil, mas sabemos do poder pujante de venda de minérios aqui no Estado. Ainda há muita incerteza em relação à pandemia e suas variantes, não sabemos como isso pode nos atingir. Há muitas variáveis. Mas não há um Estado tão exportador como o Pará”, comemora a coordenadora do CIN, que é ligado à Federação das Indústrias do Pará (Fiepa).
Ainda segundo o órgão, em 2021, houve uma queda no número de empresas exportadoras, que passou de 420 em 2020 para 413 no ano passado. Por outro lado, a quantidade de empresas importadoras cresceu de 263 para 320, com oportunidades de negócios a partir da pandemia, em que foram importados produtos como Equipamentos de Proteção Individual (EPI), insumos para a indústria, material hospitalar e outros.
Balança comercial no Pará
Exportação:
Janeiro de 2021: US$ 2,008 bilhões
Janeiro de 2022: US$ 1,429 bilhão
Variação: -28,8%
Participação: 7,9%
Posição: 5º lugar
Importação:
Janeiro de 2021: US$ 120,8 milhões
Janeiro de 2022: US$ 178,5 milhões
Variação: 47,8%
Participação: 0,9%
Posição: 17º lugar
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic)
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