Mercado das marinas é pouco afetado pela pandemia e segue crescendo em Belém

Oito marinas funcionam na capital paraense para clientes donos de lanchas e jetskis, além de sediarem eventos e festas

O Liberal
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Em 15 anos, um tipo de empreendimento apresentou um crescimento de 300% em Belém: as marinas. Esse tipo de construção denomina um cais ou doca à beira-mar (ou a beira-rio, no caso da capital paraense) e que conta com instalações próprias para quem precisa guardar embarcações de lazer ou de esportes náuticos. As marinas também são responsáveis pela manutenção das embarcações, caso os clientes desejem. 

Segundo a Marinha do Brasil, há o registro de oito marinas em funcionamento em Belém, autorizadas pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, além de dois processos de cadastro em andamento, para duas novas instalações na cidade. É a Capitania dos Portos que é responsável pela fiscalização e cumprimento das exigências das normas requeridas e também da Lei de Segurança de Tráfego Aquaviário (nº 9537/97). 

Acaso leva a empreendimento

Segundo Elizabeth Barbosa, que é dona de uma das marinas legalizadas da cidade, o negócio segue padrões rígidos, mas as burocracias do processo não são empecilhos, já que ela considerou a abertura do empreendimento relativamente fácil. Ela está no ramo há mais de dez anos e entrou nele por acaso.

"A ideia surgiu na realidade porque trabalhávamos também com outros segmentos que envolviam a necessidade de guardar nossas embarcações. Mas a marina que usávamos foi fechada em Belém. Era uma cidade muito restrita sobre esse tipo de espaço na época. Não tinha quase nenhuma. E aí surgiu a oportunidade de comprar um galpão e resolver o problema tendo nossa própria marina", lembra.

A empresária conta que diversos clientes da marina onde ela estacionava migraram para a empresa dela, que hoje conta com espaço para mais de 200 lanchas, embarcações e jetskis que circulam pelos rios da cidade. Ela vê o crescimento do mercado como positivo. "Como todo ramo, os concorrentes trazem melhorias para o negócio, pois agrega desafios de melhorar o serviço e o atendimento. Vejo com bons olhos", conta ela.

Sem problema com a pandemia

Barbosa comenta também que o mercado não foi afetado pela pandemia de covid-19, que devastou diversos setores da economia brasileira nos anos de 2020 e 2021. Ela classificou o ramo como um "mercado de luxo" muito focado nas classes A e B que são proprietárias de embarcações próprias. "Por incrível que pareça, é um mercado que está muito aquecido. Fui pega de surpresa, pois imaginei que iria cair o movimento, pois vejo as embarcações como patrimônios supérfluos, que não se primeira necessidade. Isso me preocupou no início, mas a procura foi muito grande nos últimos dois anos, com espaço, venda e aluguel", diz ela, ao lembrar que a busca por marinheiros que saibam conduzir os barcos também é grande, já que é obrigatório a apresentação de habilitação para pilotá-los. 

Além do serviço de garagem, que é o principal, Elizabeth mantém ainda no espaço que fica na avenida Bernardo Sayão a estrutura para manutenção das lanchas, bem como de aluguel de embarcações e até um restaurante.

Eventos

Mas ela não é a única que expandiu os negócios para além do barcos. Antônio Teixeira gerencia outra marina na capital e conta que cada vez mais as festas, eventos e restaurantes tem ajudado a aumentar a fonte de renda desses empreendimentos.

"Você tem uma cidade privilegiada do ponto de vista do rio, com essa vista que é linda e vira um local diferente para ter um evento. A cidade está nesse movimento de valorizar mais os rios e acho que as marinas contribuem para isso. Tem cada vez mais festas e blocos. Isso aumenta o faturamento, diversifica", aponta. O empresário Ewerton Pamplona concorda. Ele abriu recentemente um marina e quer dar foco total em eventos. Ele acredita que 2022 é um ano de otimismo em relação a economia e tem fé de que a pandemia vá minguar cada vez mais, possibilitando mais festas e eventos. 

"Aqui em Belém, ainda é precária a questão das marinas. Temos opções boas, mas poucas. Creio que a tendência é aumentar. Assim como temos poucos espaços para festas e eventos também. Não foi difícil de abrir, na minha opinião. Basta cumprir as leis. Estamos focando em festas e blocos de carnaval agora, mas minha ideia é ampliar o funcionamento da marina para absorver esta demanda de vagas para lanchas e jetskis da cidade", afirma ele, que atualmente emprega 40 funcionários diretos e indiretos.

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