Governo vai investir R$ 1,2 milhão em pesquisas sobre bioeconomia
Projetos devem favorecer cadeias produtivas que promovam ganhos econômicos, sociais e ambientais para o estado
A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lançou na manhã desta quarta-feira, 26, no teatro Estação Gasômetro o edital de apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas em bioeconomia. A previsão é que R$ 1,2 milhão sejam investidos em atividades científicas, tecnológicas e de inovação que contribuam para a manutenção da biodiversidade, o fortalecimento das estruturas econômicas locais, a resiliência aos impactos das mudanças climáticas, entre outras práticas que favoreçam a conservação e regeneração do bioma amazônico.
A expectativa é que pelo menos dez projetos sejam selecionados e recebam um aporte de, no máximo R$ 120 mil, distribuídos em R$ 40 mil para despesas de custeio, como pagamento de bolsas e compra de materiais de consumo, e R$ 80 mil para formação de capital, como compra de bens e livros. Com isso, a ideia é criar uma rede de pesquisadores e banco de dados sobre a bioeconomia no Pará, bem como estabelecer cooperações para que a comunidade científica investigue temas de interesse para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do estado.
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O edital apresenta cinco eixos prioritários para direcionamento de apoio. São eles: produção agroecológica, agricultura urbana e sistemas agroflorestais; melhorias na infraestrutura de comercialização de produtos da bioeconomia; fortalecimento das cadeias de comercialização de insumos e equipamentos; integração vertical ou horizontal da cadeia de produtos florestais não-madeireiros e desenvolvimento da pesca artesanal.
De acordo com o Marcel Botelho, diretor-presidente da Fapespa, esses eixos já estão previstos no plano estadual de bioeconomia que está em fase de elaboração por diferentes órgãos do Governo do Pará. “O papel da Fapespa nesse contexto é de fomento à pesquisa e à geração de conhecimento cientifico para dar respaldo na tomada de decisão nos diferentes eixos da bioeconomia que vão ser alavancados nos próximos anos”, esclarece o titular da fundação, que esteve acompanhado no lançamento do edital por representantes do Banpará e das secretarias de ciência, tecnologia, educação profissional e tecnológica; de desenvolvimento econômico, mineração e energia; e de meio ambiente e sustentabilidade.
Para ele, o incentivo aos projetos deve contribuir não só para a geração de conhecimento, mas vai repercutir na prática com a incorporação de novos produtos e processos no setor produtivo. “Existia um afastamento, às vezes da pesquisa, do que era produzido em termos de conhecimento para o setor produtivo, ou seja, para a produção de uma inovação tecnológica. Não basta produzir o conhecimento, esse conhecimento tem que ser transformado em inovação, ele tem que chegar até e chegar até o setor produtivo e à sociedade”, defende Botelho.
O edital de apoio à bioeconomia deve ainda incentivar a produção científica no interior do Pará, já que os critérios de seleção estabelecem que pelo menos quatro projetos precisam ser coordenados por pesquisadores de instituições de fora da região metropolitana de Belém. Além disso, Marcel Botelho diz que a instituição vai analisar de forma diferenciada as propostas submetidas por pesquisadoras como uma política de inclusão. “Nós estamos reconhecendo a necessidade de avaliar de maneira diferenciada mães pesquisadoras que tiveram filhos nos últimos anos e que, por conta disso, tem a sua produção cientifica prejudicada naquele momento porque ela está focada na sua gestação e na criação do seu filho ou da sua filha”, reitera.
A inscrição de projetos está aberta até às 18h do dia 28 de novembro por meio de formulário disponível no site da Fapespa. O resultado final dos selecionados deve ocorrer até maio de 2023. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail bioeconomia.fapespa2022@gmail.com.
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