Ferrogrão: novo traçado da ferrovia que ligará MT ao PA deve ser enviado ao TCU até novembro de 2025
Novo traçado da ferrovia evita áreas indígenas e unidades de conservação, promete reduzir custos logísticos em até 35% e pode gerar mais de R$ 60 bilhões em benefícios socioeconômicos.

O projeto atualizado da Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros que conectará Sinop (MT) a Miritituba (PA), será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU) até novembro de 2025. A expectativa é que a análise seja concluída no segundo trimestre de 2026, abrindo caminho para a publicação do edital e realização do leilão de concessão.
Segundo o presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, o novo traçado foi redesenhado para evitar terras indígenas e o Parque Nacional do Jamanxim, solucionando os impasses que levaram à paralisação do projeto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.
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Traçado da Ferrogrão acompanha a BR-163 e reduz impactos
O percurso da ferrovia seguirá margeando a BR-163, eliminando a necessidade de reassentar comunidades e construir túneis. O projeto prevê:
- 65 pontes ferroviárias (81 km no total)
- 4 viadutos ferroviários
- 10 viadutos rodoviários
- 48 pátios de cruzamento
De acordo com Sampaio, a nova configuração é “110% sustentável”, equilibrando preservação ambiental, respeito aos povos originários e viabilidade econômica. Inicialmente, o empreendimento contará apenas com investimento privado, mas há possibilidade de participação pública no futuro.
Licença ambiental e início das obras da Ferrogrão
A licença ambiental, última etapa antes da licitação, deve ser concedida até março de 2026. Se o cronograma for cumprido, as obras começarão ainda em 2026 e devem ser concluídas até 2035.
Para a ANTT, a revisão do traçado e a resolução dos pontos sensíveis junto ao STF representam um avanço decisivo após mais de dez anos de debates e ajustes no projeto.
Impacto econômico da Ferrogrão pode superar R$ 60 bilhões
Segundo a Avaliação de Custos e Benefícios (ACB) do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), a Ferrogrão poderá gerar mais de R$ 60 bilhões em ganhos socioeconômicos. Os cálculos incluem:
- Aumento da eficiência logística
- Investimentos em capital fixo
- Redução de custos operacionais
- Diminuição de emissões de CO₂
- Queda no número de acidentes e congestionamentos
A ferrovia terá capacidade para transportar até 42 milhões de toneladas por ano, reduzindo em até 35% os custos de transporte em relação a outros modais — o que representa uma economia anual estimada em R$ 8 bilhões para a economia regional.
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