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Feirantes sentem impacto da alta no preço dos combustíveis, que eleva valor do frete

Reajustes no diesel e na gasolina já desaguam nas frutas e castanhas vendidas no Ver-o-Peso

Eduardo Laviano

O mais recente reajuste da Petrobras nos preços do diesel, de 14,26%, e da gasolina, de 5,18%, aos poucos está chegando nas etiquetas dos produtos vendidos no mercado do Ver-o-Peso, em Belém.

Matheus Antunes vende castanhas no local e lembra que o último aumento já resultou em reajustes no frete do caju, que vem da região Nordeste. "Aumentou o dobro o frete dos nossos produtos", lamenta.

O mesmo ocorre com o produto regional do grupo, a castanha-do-Pará, pois os fornecedores também dependem de combustível para transportá-la até os vendedores.

Boa parte da castanha de caju vendida por Antunes na feira vem do estado do Ceará e além do frete, os grandes carregamentos também são taxados por impostos. "Tem a logística de emitir nota também. Tudo aumentou. A gente teve que repassar para o freguês, infelizmente", conta.

Ele vende sacos de todos os tamanhos que variam entre R$20 e R$60, entre castanhas in natura e torradas. O quilo da castanha de caju saiu de R$60 para R$80 nos últimos meses e ele conta que não tem conversa ou negociação com os fornecedores capaz de reduzir de maneira significativa os valores.

"Dão o mínimo de desconto, que não é suficiente para manter os preços. Os clientes saem logo fora, dizem que não dá para eles. Teve uma queda na procura, pouca mas teve. A gente tenta facilitar ao máximo para o inglês, passando no crédito, até parcela", conta ele, que em 12 anos de feira nunca tinha visto uma crise inflacionária deste tamanho. "Mas é global, então não posso fazer nada", afirma resignado. 

image Em Belém, frutas já sofrem impactos das altas (Ivan Duarte/O Liberal)

Marcos Valdo conta que o movimento na feira está fraco pois tudo anda subindo de preço. "Deu uma boa atrapalhada. Agora veio mais esse aumento nos combustíveis. Não sei como vai ficar", conta ele. Para ele, além dos combustíveis, o tempo mais chuvoso que o normal do primeiro semestre também inflacionou muitos produtos. "Aí juntou tudo. Mas a tendência é melhorar essa parte. Quando chove muito, determinadas frutas vão morrendo. A acerola e o maracujá estão bem mais caros. Já a banana e a goiaba estão baratas. O preço não deve aumentar mais porque esse reajuste está vindo nesse tempo de safra boa", prevê. 

Para Antônio da Silva, de 48 anos, o impacto do aumento dos combustíveis é mais visível ainda nas frutas cultivadas longe da região Norte. "O preço da maçã e da uva não para de aumentar. É uma pena porque o povo compra muito. Acho que só no último mês aumentou bem uns 10%. Eu não vendo morango mas onde vejo o povo está pedindo menos para o fornecedor, porque com esse preço vai empacando, claro. É que vem tudo de longe, do Sul. Muito gasto para trazer", diz. 

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