Falta de mão de obra facilita entrada de trabalhadores brasileiros em países europeus

Devido histórico de população envelhecida, legislação precisou passar por reforma para atender às necessidades do mercado

Camila Azevedo
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Motivados pela necessidade de mão de obra, uma série de países está flexibilizando as leis de imigração para trabalhadores estrangeiros. A Inglaterra, por exemplo, fez mudanças recentes na legislação para atrair brasileiros que desejam melhores remunerações. As áreas com maior abertura de vagas são as voltadas para construção civil, o setor pesqueiro e agrícola. Outra nação interessada em fortalecer o mercado de trabalho é a Alemanha, que melhorou as condições de entrada e permanência, simplificando o acesso para quem é de fora da União Europeia (UE).

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Portugal, Canadá, Espanha e Irlanda também têm facilitado a entrada de estrangeiros para preencher as oportunidades. O doutor em relações internacionais Mário Tito Almeida explica que esse movimento é causado pelo envelhecimento da população e muitos não estão mais em condições de realizar atividades que demandam maior atenção. “A imigração, nesse caso específico, é para ocupar vagas no mercado de trabalho que a população não consegue suprir. Todos esses países afrouxaram, de alguma forma, a sua legislação para receber imigrantes justamente pela população envelhecida”.

“Essa questão do envelhecimento se aplica, também, a necessidade. Não é qualquer posto [de trabalho]. São aqueles que não exigem altas qualificações. É o tipo de trabalho cuja remuneração, de alguma forma, não é dos mais altos do ponto de vista europeu. Porém, essas são as primeiras vagas a serem disponibilizadas. Existe um segundo motivo que pode gerar esse resultado: quando você flexibiliza a legislação migratória, você também passa a controlar melhor quem entra. Uma consequência indireta disso é o fato de gerar uma regularidade em quem está ilegal no país”, destaca Mário Tito.

No caso de Portugal, Tito Almeida afirma que essa regularização é positiva para acabar com a estadia ilegal, muito frequente. Outro fator vantajoso do ponto de vista econômico é o aumento da arrecadação de impostos. “Lá, regulariza os ilegais e afrouxa para os países de língua portuguesa. Eles fazem com que quem está ilegal, seja legal. Além disso, quem está regularizado acaba também pagando impostos, sendo contribuinte. Isso ajuda economicamente o país”.

Nonononononono

Alemanha

Entre as facilidades criadas pela Alemanha está a inclusão de “cartão de oportunidade” para quem procura emprego. A modalidade permite que estrangeiros vivam no país por até um ano para procurar uma locação no mercado de trabalho. Enquanto isso, para ter renda, os interessados podem desenvolver um trabalho ocasional de até 20h semanais. O pré-requisito estabelecido é que o profissional tenha qualificação com duração mínima de dois anos ou um diploma universitário.

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“Na Alemanha, há a regularização [de quem já está] e, ao mesmo tempo, tem uma coisa básica: você pode entrar no país mesmo sem ter a garantia de emprego. O que acontecia antes era que para entrar, já tinha que ter a garantia que ia trabalhar, tinha que comprovar essa posição e você entrava com o visto, ou como estudante que ia tentar emprego. Agora, você recebe um visto especial de quem vai ter um ano para procurar emprego. Isso facilita bastante”, acrescenta Mário Tito.

Brasileiros que querem oportunidades na Europa devem ter cuidado

O doutor em relações internacionais lista que devem ser levadas em consideração algumas variáveis antes de sair do país de origem e ir em busca de melhores qualidades de vida. “Tem que ir preparado, não ir para se aventurar, ir do Brasil com o diferencial do preparo profissional, idioma em dia, no mínimo inglês, não negar as próprias origens e estar preparado para a experiência do país que está indo viver, valorizar a cultura do outro e abrir-se ao aprendizado. Uma coisa muito importante é colocar na ponta do lápis os gastos, pesquisar se as oportunidades são verdadeiras…”, finaliza.

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