Empresa de investimentos acusada de dar golpe milionário em Belém ainda não devolveu valores

Apenas um denunciante teve determinação judicial para reembolso dos valores aplicados na empresa

Redação Integrada
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Pelo menos 10 pessoas aguardam julgamento dos processos que tramitam na Justiça contra a empresa Wolf Invest Eireli, denunciada por envolvimento em um golpe milionário em Belém. No total, são 13 processos em andamento, mas apenas um recebeu determinação judicial pelo reembolso dos valores.

Em decisão emitida no dia 18 de outubro deste ano, pelo juiz titular da 11ª Vara do Juizado Especial Cível, Miguel Lima dos Reis Júnior, a instituição ficou obrigada a reembolsar o investimento do denunciante Gabriel de Zúniga Mutran.

Os investidores da Wolf denunciaram que o proprietário, Olavo Renato Martins Guimarães, ofereceu rendimento mensal pelos valores aplicados, mas a maioria não teria sido paga ou devolvida. Procurada pela reportagem, a defesa de Guimarães optou por não comentar o caso.

Na decisão, o juiz afirma que o réu garantiu a devolução dos valores em datas que não foram cumpridas. “A requerida chega, inclusive, a afirmar, qual valor seria devolvido, já incluídos os ganhos da aplicação. Essa conversa se estende desde novembro de 2018 até setembro do corrente ano, conforme demonstram as conversas juntadas”, diz o documento.

Processo e Decisão

Por meio das redes sociais, a empresa chegou a divulgar a data em que seria liberado o cronograma de pagamento, no dia 13 de setembro, mas até agora não cumpriu.

Como não há comprovação de que houve aplicação dos recursos e nem indicação de onde o valor se encontra, Reis considerou necessária, à época, a concessão de tutela provisória de urgência para determinar o bloqueio do valor aplicado por Mutran na Wolf Invest, que totaliza R$ 6.500.

O juiz ainda estabeleceu o dia 19 de fevereiro de 2020 para realizar audiência de tentativa de conciliação. Em caso de insucesso, na mesma data, será realizada audiência de instrução e julgamento, presidida pelo magistrado.

Esquema deu certo durante o ano de 2018

Conforme explicou o advogado Renan Azevedo, representante legal dos denunciantes Rafael Moraes de Melo, Bernadette de Lourdes Bezerra Moraes e Thais de Melo Takieddine, a empresa celebrava contratos em que investidores forneciam valores para que a instituição financeira administrasse e criasse renda.

“Em alguns casos, a empresa prometia rendimento mensal mínimo de 10% do valor investido, então a pessoa dava R$ 100 mil e o proprietário jurava que pagaria R$ 10 mil por mês apenas de rendimentos. Muita gente pegou tudo o que tinha e colocou nos supostos fundos, com a expectativa de viver desse dinheiro extra”, contou o advogado.

Segundo Azevedo, o esquema deu certo durante o ano de 2018. Embora exercesse atividades no setor, a empresa e o empresário não possuíam autorização por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para exercer atividades no mercado de valores mobiliários. Conforme explicou uma integrante da CVM à reportagem, o nome do proprietário e da instituição não consta no cadastro geral de regulados, ou seja, pessoas e empresas que podem exercer atividade no Brasil.

“A autarquia verificou indícios de que Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli, por meio do www.wolfinvest.com.br, ofereciam serviços de administração de carteiras de valores mobiliários sem ter registro na CVM. Diante disso, a autarquia determinou a suspensão imediata de tais procedimentos. Em caso de descumprimento, Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli estarão sujeitos à aplicação de multa cominatória diária no valor de R$ 5 mil”, publicou a entidade em seu site.

Além disso, a CVM ainda lembrou: caso alguém for investidor ou receba proposta de administração de carteiras de valores mobiliários por parte de Olavo Renato Martins Guimarães e Wolf Invest Eireli, deveria entrar em contato com a comissão, por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), fornecendo detalhes da oferta e a identificação das pessoas envolvidas, para autuação da autarquia no caso.

Somente após a exposição os clientes decidiram retirar os valores dos fundos, segundo Azevedo, mas a empresa não fez a devolução. “No dia 9 de agosto deste ano, a Wolf Invest alterou o endereço da sede da empresa para São Paulo, ele nem mora mais em Belém. Fora esse denunciante que já teve o bloqueio determinado, os outros ainda aguardam respostas”, disse o advogado.

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