Em 10 anos, comer fora de casa ficou 62% mais caro no Norte, aponta pesquisa

Preço médio das refeições na região é de R$ 42,29

Emilly Melo
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Na última década, o custo das refeições fora de casa ficou 62% mais caro no Norte do país, com o valor médio de R$ 42,29. As Regiões Sul e Sudeste tiveram as variações mais expressivas desde 2014 em todo o Brasil, com um aumento no valor das refeições de 66,5% e 77,7%, respectivamente. Os dados são resultados da Pesquisa +Valor feita por uma empresa de vale-refeição e alimentação, que fez o levantamento em cerca de 4,5 mil estabelecimentos de alimentação nas cinco regiões do país.

Everson Costa, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese/PA), declara que o custo das refeições fora do lar está atrelado ao aumento da cesta básica nos últimos anos.

Apesar de alguns itens da alimentação terem apresentado queda de 0,33%, conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), divulgados pelo IBGE na última semana, Everson pontua que o atual cenário econômico se mostra favorável para empresários do ramo alimentício recomporem os preços segurados durante a pandemia da Covid-19.

“Essa queda é oportunizada por um equilíbrio nos custos de produção. Mas, quem trabalha com o fornecimento de refeição, precisou segurar a margem de lucro durante a pandemia, devido ao custo de produção elevada no período, e agora está tendo a oportunidade de equilibrar esses custos. Dependendo do segmento, têm reajustes diferenciados”, avalia o supervisor técnico do Dieese/PA.

Márcia Miranda e o marido Onilson da Conceição trabalham com alimentação há 16 anos e, atualmente, possuem um restaurante na avenida João Paulo II, em Belém, onde vendem refeições para trabalhadores das proximidades.

Os preços são populares, de R$ 15 a R$ 20, no entanto, aumentaram significativamente em comparação com os últimos dez anos. No dias atuais, os empreendedores vendem em torno de 150 refeições diárias, mas lucram menos do que há dez anos, quando vendiam menos. O casal afirma que os encargos tributários e os custos nem sempre são repassados aos clientes, o que diminui a margem de lucro do estabelecimento.

image Restaurante vende cerca de 150 refeições diárias (Igor Mota / O Liberal)

“Por causa do combustível, a alimentação ficou muita cara. Notamos que as pessoas nesse período sentiram esses aumentos e diminuíram a quantidade de vezes que saem para comer, até mesmo durante o trabalho, onde já muitos levam sua comida de casa”, conta Márcia Miranda.

“Encargos tributários, funcionários, energia elétrica, água, tudo isso explica esse aumento ao longo dos anos. Teve uma pequena redução na carne esse ano, mas não deu para suprir tudo, pois continua tudo elevado. Aumentar é comum, sabemos, mas nos últimos dez anos, com tudo isso que nossa economia viveu, ficou mais cruel”, destaca Onilson da Conceição.

Já Jorge Silva, cliente do local, diz não ter percebido os reajustes. “Pra mim não ficou assim tão mais caro. Venho aqui e como à vontade por R$ 20, há dez anos era um pouco mais barato ou a mesma coisa. Só se ficou mais caro lá nos restaurantes de ricos”, diz Jorge.

Por outro lado, o publicitário Alexandre Puget diz que observou um aumento no valor das refeições, sobretudo nos pratos com carne vermelha. Ele, que almoça na rua de segunda a sexta-feira, pontua que sempre busca opções mais em conta. 

 “Todos os pratos aumentaram, mas no caso da carne, antes com R$ 20 conseguia comprar uma marmita e uma bebida, agora, está em torno de R$ 25, dependendo do lugar, até R$ 30. Então, busco pratos mais em conta, como frango ou macarronada”, conclui o publicitário. 

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