Governo do Pará e UFPA vão estudar o aprofundamento de canais próximos à Vila do Conde

Com as obras, caso sejam possíveis, a ideia é aumentar o escoamento da produção paraense. Estudo deve ficar pronto em dois anos.

O Liberal
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Os estudos de viabilidade do aprofundamento dos canais do Quiriri e do Espadarte, localizados às proximidades da foz do rio Pará, e que dão acesso ao porto de Barcarena, foram celebrados nesta segunda-feira (2) em um convênio de cooperação técnica entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme). A ação é considerada fundamental para o aumento do escoamento da produção paraense, uma reivindicação antiga do setor produtivo local. A previsão, segundo a UFPA, é de que o estudo seja concluído em, aproximadamente, 24 meses.

A partir desses estudos, será analisada a viabilidade e os limites de dragagem dos dois canais, permitindo o aumento do tamanho de navios que aportam em Barcarena, sobretudo no porto de Vila do Conde. O aprofundamento do calado operacional, que é a profundidade em que o navio fica submerso na água, fomenta a movimentação de cargas gerais e, principalmente, de granéis sólidos de origem vegetal, produtos de maior relevância na balança comercial brasileira.

O professor Hito Braga de Moraes, da UFPA, afirma que a realização do estudo tem potencial para mudar o perfil de navios que acessam o Porto de Vila do Conde. “O estudo vai desmistificar essa ideia de que o acesso a Vila do Conde só é possível em navios pequenos, de cerca de 60 mil toneladas. Para isso vamos então estudar toda a baía do Marajó, de margem a margem. Para cada volume dragado teremos um estudo de viabilidade técnica e econômica, analisando a viabilidade de dragagem para 18, 20 metros, por exemplo, o que resultaria na atração de mais carga para o nosso Estado”, explica.

Com a celebração do convênio, fica estabelecido um plano de trabalho, que será acompanhado pelo Estado de forma integral em relação a todas metas, cronograma e indicadores, que compreendem estudos geomorfológico, hidrológicos, maregráficos, além da caracterização dos canais de navegação, projeto de dragagem e estudo de viabilidade técnica.

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Maria Mendonça vê a iniciativa com bons olhos, mas diz que, provavelmente, apenas um dos canais será aprofundado. “Eles vão estudar o Quiriri e Espadarte, mas depois devem decidir qual será aprofundado, se o resultado for positivo”, afirma. Segundo ele, a iniciativa resultaria em benefícios para o setor produtivo local, já que navios maiores passariam por Vila do Conde.

“Seria melhor para o escoamento do Estado. Quando passa do Quiriri ou Espadarte fica mais profundo, cerca de 16 ou 17 metros, ali nos canais que ocorre o estrangulamento, na entrada do Foz do Amazonas. Isso aumentaria muito o escoamento e custaria menos, porque quanto maior o navio mais baixo é o preço do transporte dos materiais, porque o valor por unidade cai. A Federação defende sete obras estruturantes para o Pará, uma delas é essa de Vila do Conde”, pontua Mendonça.

Para o titular da Sedeme, José Fernando Gomes Júnior, a assinatura do convênio é um marco histórico porque vai permitir a realização dos estudos sobre o aprofundamento do canal do Quiriri, que atualmente tem 13,8 metros de profundidade, para saber até onde é possível chegar. “Serão dois anos de trabalho intenso para que possamos entregar à sociedade um estudo completo que vai beneficiar a movimentação no Porto de Barcarena com navios maiores, intensificando as exportações”, adianta o secretário. Já o prefeito de Barcarena, Renato Ogawa, ressalta que os estudos resultarão em mais competitividade para Barcarena e para o Estado do Pará, com benefícios para o setor produtivo.

A iniciativa conta com um investimento de mais de R$ 13 milhões do Executivo estadual. Além da Sedeme, o estudo será acompanhado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), com a condução da UFPA. Segundo o governo do Estado, a localização geográfica “privilegiada” do Pará aumenta a competitividade do Estado no mercado exportador, o que é reforçado pela alta relevância dos portos do chamado Arco Norte, segunda maior opção de saída de grãos de soja e de milho exportados do Brasil para o exterior.

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