Consórcio registra crescimento no Pará com 444,14 mil participantes ativos
Crescimento da modalidade no primeiro semestre deste ano foi de 11,02%, aponta ABAC

O consórcio vem ganhando força entre os paraenses, segundo os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), com 444,14 mil participantes ativos no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 11,02%, em comparação com os 399,32 mil do mesmo período do ano passado. Nessa modalidade, um grupo de pessoas ou empresas se unem para adquirir um bem ou serviço sem pagar juros, ou com ofertas mais vantajosas, em uma espécie de autofinanciamento colaborativo. O levantamento é uma colaboração da associação com o Banco Central (Bacen).
Considerando o balanço de todos os sete estados que integram a região Norte do país, a pesquisa também identificou cerca de 977,38 mil participantes ativos até o dado mais recente, o equivalente a 8,2% do total. Além dos participantes ativos, também demonstram bons desempenhos os números de vendas de cotas (231,22 mil) e de contemplados (80,61 mil). O percentual de participantes ativos corresponde a todas as pessoas que aderiram ao consórcio e seguem pagando, enquanto a venda de cotas é a vaga no grupo e demonstra a adesão ao consórcio.
O vendedor Daniel Rocha, descreve a modalidade como uma boa opção para quem já organizou as finanças antes de adquirir um novo bem. Ele atua especificamente com a venda de automóveis na capital paraense e destaca como principal vantagem desse modelo a isenção de juros, comuns em financiamentos tradicionais.
“Diferente de um financiamento, o consórcio não cobra juros, cobra apenas uma taxa de administração, que é muito mais baixa que os juros do banco. É algo para uma pessoa que tem um planejamento financeiro ou quer ter, e que não tem uma pressa imediata de adquirir um bem, mas investi a médio ou longo prazo”, explica o vendedor.
O autofinanciamento também pode ser enxergado como uma espécie de poupança na sua avaliação, devido ao pagamento mensal e obrigatório das parcelas estabelecidas. “Uma parcela mensal que funciona como compromisso para guardar dinheiro, de forma obrigatória”, ressalta. Esse saldo pode ser utilizado de diferentes maneiras, como, por exemplo, na aquisição de mais do que apenas um bem, dependendo do valor da carta de crédito e dos bens disponíveis para cada grupo.
Opções
Interessados em aderir ao consórcio precisam estar atentos as diferentes possibilidades de contemplação: sorteio, lance fixo e lance livre. Todas dizem respeito a maneira como os consorciados podem adquirir o crédito desejado, entretanto, com tempos e chances diferentes. O sorteio tende a ser o formato mais democrático, com o número da cota do consorciado colocado para sortear, geralmente pela loteria federal, onde todos concorrem igualmente.
As demais modalidades não dependem exclusivamente da sorte, como nesse primeiro caso. Para ser contemplado no lance fixo, o consorciado opta por pagar um percentual fixo do valor do bem ou da carta de crédito estipulado pela administradora do consórcio. Nesse formato, se apenas uma pessoa der o lance, esta será contemplada, entretanto, se duas ou mais pagarem, há um sorteio entre elas para definir a contemplada.
No lance livre, o consorciado escolhe quanto quer ofertar de lance, sem um valor fixo pré-determinado. O vendedor de consórcios compara esse último com um leilão, já que o critério de escolha se guia pelo maior valor dado. “O lance livre é igual a um leilão, quem der o maior valor vai conseguir ele, então, assim, se uma pessoa oferece R$ 6 mil, mas outra oferece R$ 6,01 mil, a pessoa que oferece mais vai ganhar”, exemplifica.
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Experiência
A fotógrafa paraense Angela Cunha, usou o consórcio para adquirir um imóvel por ser a opção mais viável dentro da sua realidade, mas afirma que estudou muito sobre o mecanismo antes de decidir pela modalidade. “O consórcio acabou sendo a opção mais realista, com o valor mais justo e com taxa de juros menor que o financiamento”, avalia. Além de se programar bem, ela também não tinha pressa em adquiri o imóvel, por já possuir uma casa própria, o que deixou o contexto ainda mais propício para o consórcio.
O formato do seu consórcio foi o de lance livre, com possibilidade de fazer um investimento inicial conforme sua condição. Para Cunha, o investimento foi de 60% do valor da carta de crédito, mas ainda não foi contemplada, por não superar o maior lance. “No segundo mês dei um lance no valor de 60% da carta de crédito, mas acabou sendo menor do que o que foi contemplado, por isso não consegui ser contemplada”, explica.
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