Compras de Natal movimentam comércio de Belém e gasto médio chega a R$ 300
Consumidores reaproveitam enfeites de anos anteriores e pesquisam preços para economizar nas compras que seguem até o fim de dezembro
As ruas do centro comercial de Belém já estão lotadas de pessoas em busca de decorações e presentes para as comemorações natalinas. Entre os consumidores ouvidos pelo Grupo Liberal, o gasto médio com os produtos temáticos gira em torno de R$ 300, mas, geralmente, não se calcula o valor total, isso porque as compras tendem a durar até o fim do mês de dezembro, com a preparação para a virada de ano. Para os enfeites, a estratégia de todos é reaproveitar os adereços em bom estado que sobraram de anos anteriores e repor o restante, enquanto, para os presentes, a palavra de ordem é pesquisar e comparar ao máximo os preços.
A empreendedora paraense Lorena Teixeira, que administra um restaurante no centro histórico da cidade, explica que os adereços adquiridos são, na verdade, para a decoração do seu estabelecimento. Embora ela também faça a preparação da sua residência com a família, tem gastado bastante para deixar o espaço arrumado com a temática natalina para os seus clientes. Até mesmo o cardápio da semana em que se celebra o natal vai ter um toque especial, com opções pensadas especialmente ao período.
“Os artigos que eu estou comprando é para o meu espaço, aonde eu recebo meus clientes, para que eles se sintam mais a vontade, sintam o clima de natal, isso faz parte. Eles estão com a gente o ano inteiro, então nada melhor do que fazer eles se sentirem em um espaço aconchegante nesse momento do Natal”, explica a empreendedora.
Teixeira estima um investimento entre R$ 200 e R$ 300 para essa ornamentação de ambiente. Ela conta também coma variedades de objetos e preços oferecidos no comércio de Belém, onde já esteve pelo menos duas vezes pesquisando nas lojas. “Ontem eu vim, busquei algumas coisas, e hoje eu to em busca do complemento”, afirma. Além da árvore de natal, já montada no restaurante, ela se preocupou em comprar enfeites menores.
Mesmo dando essa atenção especial ao seu empreendimento, ela também não deixa e lado a preparação da sua casa para o Natal. O diferencial é que na sua residência, a ideia é fugir do padrão de cores, por exemplo, optando por algo mais neutro. “A decoração da minha casa é um tema completamente diferente, fugindo do vermelho, é algo mais para o rosê. E, mesmo fazendo também a da minha casa, a do restaurante vem em primeiro lugar, porque é de onde eu tiro o sustento”, destaca.
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A funcionária do lar Célia Oliveira, de Belém, também optou por reutilizar as decorações de anos anteriores para economizar e não tem uma estimativa do quanto já gastou com os novos adereços. Mas, além de decoração, a sua pesquisa de preços no comércio também é por presentes para amigos e familiares, em especial, para sua filha, que celebra aniversário neste mês de dezembro, pouco tempo antes do Natal.
“Todos os anos eu sempre compro algo diferente na decoração e é uma coisa de família, que sou eu, meus filhos e netos. Mas, hoje eu vim comprar para minha filha, que está aniversariando agora este mês de dezembro”, explica Oliveira.
Outra razão especial para a busca dos presentes é a confraternização com as “amigas da parada de ônibus”. Ela conta que o grupo de amigas surgiu por acaso no ponto de ônibus, onde todas as integrantes esperam a condução para seus respectivos trabalhos, e foi aumentando o número de membros com o tempo, até decidirem realizar uma confraternização. A amizade migrou para grupos nas redes sociais onde seguiu aumentando o número de integrantes, por isso, a reunião também será uma oportunidade de aproximação.
Estimativa
O movimento de comprar deve registrar um aumento de até 9% neste mês, em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme estimativa prévia da Federação do Comércio de Bens, de Serviço e de Turismo do Estado do Pará (Fecomercio). A análise ainda aponta um estímulo extra com o pagamento do 13º salário, que aumenta o poder de compra dos consumidores paraenses em um período estratégico para o comércio.
Segundo a assessora econômica da Fecomercio, Lúcia Lisboa, “o pagamento extra impulsiona o poder de compra, especialmente em moda, brinquedos, eletrônicos e alimentos”. O cenário das vendas ganha também com as promoções herdadas desde o período da Black Friday, em novembro, mas se estende pela alta demanda até o fim do ano, devido à virada de ano.
“A continuidade de algumas promoções que se entenderam até dezembro e mais as estratégias de captação de clientes e diversificação dos canais de divulgação venda, vêm favorecendo o crescimento. Embora o alto nível de endividamento e a inadimplência, que faz com que parte dos recursos do 13º sejam deslocados para pagar dívidas, e com isto, limita em certa medida as melhor ampliação das vendas”, avalia a assessora.
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