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Comidas típicas estão mais caras, mas movimento de clientes é intenso

Dieese mostra que mingau de milho foi o que ficou mais caro em relação a 2021

Elisa Vaz

No mês de junho, tradicionalmente, os paraenses mudam o cardápio e passam a consumir canjica, mingau de milho, bolo de macaxeira, paçoca, cuscuz e outras comidas típicas dessa época em maior quantidade. Mesmo com preços mais altos, apontados por pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o movimento tem se intensificado cada vez mais nos estabelecimentos que vendem os pratos juninos.

Segundo o levantamento, as altas chegam a 41,33% na comparação com o ano passado, como é o caso do mingau de milho, no copo de 300 ml. Em seguida, aparecem com aumentos o copo do mingau de tapioca de 300 ml (38%), cuia de tacacá (29,79%), fatia do pudim de leite (18,42%), prato de maniçoba (13,81%), bolos de macaxeira, de tapioca e de chocolate (os três com reajuste de 13,16%), e os pratos de vatapá e caruru (ambos com alta de 6,94% em um ano.

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O supervisor técnico do órgão, Roberto Sena, e o técnico de pesquisa, Everson Costa, afirma que, até a metade da quadra junina, é possível que haja alterações de preços em alguns produtos entre as comidas típicas, devido, principalmente, ao aumento dos locais de venda e, consequentemente, maior oferta dos produtos de época. “É esperar para ver”, dizem.

Na barraca montada dentro de um supermercado da capital paraense o movimento era intenso. Enquanto a reportagem esteve no local, na tarde desta quarta-feira (15), as vendedoras estavam sempre atendendo clientes. Uma delas, Gabriela Costa, que trabalha no setor de alimentação da empresa, disse que, desde que a barraca junina foi montada, na metade de maio, o fluxo não parou. “Tem muita gente, não temos do que reclamar”, relata.

De acordo com Gabriela, o alimento mais vendido é o bolo de macaxeira, mas havia uma diversidade de produtos no estabelecimento, como broa de milho, cocada, empadas, torta de vatapá, além de bolos e salgados em geral. Ela afirma que os preços aumentaram em torno de 5% na comparação com junho de 2021, mas mesmo assim as vendas não caem. O prato mais caro é o arroz paraense, que custa R$ 20, enquanto o mais barato é a queijadinha, de R$ 3.

A professora Marilda Nascimento, de 50 anos, estava na banca comprando cocada para levar para casa, mas disse que ama todos os tipos de comidas típicas, como o mingau de milho, que é o predileto da família. “Por ser professora, a dinâmica da festa junina já começa no finalzinho de maio e em junho continua. É o mês que eu mais engordo também. Em casa eu costumo fazer mingau e canjica”, conta a professora.

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Quanto aos preços, Marilda afirma que, nos pratos prontos, o reajuste de valor é o reflexo de tudo que está acontecendo na economia atualmente. Se, no ano passado, uma refeição típica era encontrada entre R$ 12 e R$ 14, hoje custa uma média de R$ 20, ressalta a consumidora. O alimento mais barato da quadra, na opinião dela, é o mingau. “Os ingredientes são mais populares e mais conhecidos. Acho que camarão e todos os ingredientes do vatapá, por exemplo, pesam mais”, opina.

Já a estudante Isis Amazonas, de 26 anos, aproveita a época junina para comprar diversos tipos de bolos e muito mingau. Por isso ela frequenta estabelecimentos e bancas para abusar dos alimentos da quadra. Para ela, embora os preços tenham ficado mais altos, o aumento foi proporcional ao reajuste de tudo. Ela sentiu mais o valor dos ingredientes e acredita que, muitas vezes, comprar comida fora sai mais barato do que fazer em casa.

Em um estabelecimento famoso de comidas típicas, o fluxo de pessoas também foi intenso nesta quarta-feira. O proprietário, Renato Constantino, diz que a procura está muito grande, principalmente por conta da época de São João – os alimentos que mais saem são mingau, vatapá, tacacá e caruru, segundo ele. O empresário notou que os insumos estão mais caros, mas, mesmo assim, garante que não muda a qualidade do alimento. Além disso, Renato tenta não repassar os reajustes aos consumidores na mesma proporção, para manter a clientela. Os carros chefes atualmente, mingau e tacacá, custam, respectivamente, R$ 10 (por meio pote de 500 ml) e R$ 22.

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Economia
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