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Com aumento de ingredientes, comidas típicas juninas custarão mais caro em 2022

Vendedoras precisaram ajustar preços no cardápio, especialmente de mingaus e comidas acompanhadas de arroz

Natália Mello

Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) divulgada nesta semana revelou o aumento de diversos ingredientes usados para a produção das comidas típicas juninas. Os principais reajustes ficaram com o milho branco para mingau (57,24%), milho branco para pipoca (39,72%), azeite de dendê (29,10%) e açúcar refinado (29,04%). Com isso, vendedoras desses pratos regionais precisaram ajustar os preços no cardápio, especialmente dos mingaus e comidas acompanhadas de arroz.

É o caso de Maria Diva Silva Gomes, de 52 anos. Há 22 trabalhando com comida típica, ela tem dois pontos de venda, um no bairro da Pedreira e outro na Marambaia, e diz que vem observando as altas constantes no preço dos milhos, da tapioca, do leite condensado e do açúcar. Com isso, o mingau, tanto de milho quanto de tapioca, sai de R$ 5 para R$ 7.

“Eu vendo tudo aqui, maniçoba, vatapá, caruru, bolo de macaxeira, mingau de milho e tapioca, que vendem mais na época junina. Tudo aumentou, né? Então não teve como não reajustar os preços. Eu uso, por exemplo, uma faixa de 30 quilos de arroz por dia, e o arroz custava R$ 3, agora custa R$ 6. Estou inclusive agora, no supermercado, e teve mais aumento. Isso impacta diretamente no preço das comidas que acompanham arroz”, afirma.

Também sofreram reajustes a canjica e a macaxeira. “Tive que mandar fazer outro cardápio que devo colocar essa semana para o cliente, com os novos preços, porque não dava para continuar cobrando o preço de antes, senão a gente não consegue ter dinheiro”, pontuou a empreendedora, que trabalha de 11h até às 23h.

Outra empreendedora que trabalha no conjunto Maguari, Ilze Fernandes, também tem uma década atuando com a venda de comida típica, e disse que foi inevitável aumentar os preços em 2022. “O restaurante eu abri há quatro meses aqui no conjunto, mas a gente faz delivery para fora, aceita encomenda, e isso movimenta muito aqui o nosso negócio”, ressalta.

Ilze conta que irá aumentar o mínimo possível para não perder os clientes que hoje mantém. “Tudo aumentou, e tive que aumentar os valores das comidas, vatapá, maniçoba, lasanha, camuschim, tacacá, com o preço do jambu caríssimo. Os mingaus vou começar a produzir agora e pesquisar, mas ano passado vendíamos um copo a R$ 5 reais, vamos ver como vai ficar esse ano. Provavelmente vou fazer uma pesquisa para identificar os valores dos insumos”, conclui a comerciante, que tem um incremento de 50% nas vendas nessa época do ano.

Pesquisa

O Dieese revela ainda, na pesquisa, que outros produtos sofreram aumentos, inclusive maiores que a inflação, estimada em 12% para os últimos 12 meses. O levantamento foi feito em supermercados da região metropolitana de Belém.

A canela em pó, por exemplo, sofreu alta de 28,01%; seguida da caixa de canjiquinha de 500g, com reajuste de 21,70%; e do pacote de fubá de milho de 500g, que sofreu alta de 14,99%. Também aumentaram os preços do pacote de cuscuz de 500g (10,45%); leite condensado de 395g (8,20%); e pacote de 50g de coco ralado (6,01%).

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