Comércio ainda não vai reabrir nesta segunda-feira
RETRAÇÃO - Técnicos municipais debateram assunto durante a semana. Pandemia provocou falências e desempregoc
O avanço do novo coronavírus rumo ao interior do Pará e a perspectiva de superlotação nas UTIs da capital com pessoas vindas desses municípios mudaram os planos de maior flexibilização nas atividades econômicas de Belém. As novas medidas, que devem ser anunciadas ainda neste domingo pelo governo do Estado, mantêm restrições como o fechamento dos shoppings e comércio de produtos considerados não essenciais. Academias de ginástica, bares restaurantes e casas noturnas também devem permanecer fechados. Empresas que desobedecerem às regras estão sujeitas à multa de R$ 50 mil. Para as pessoas físicas, a multa será de R$ 150.
Em relação às normas em vigor as mudanças devem ser sutis. Até o fechamento desta edição, a previsão é de que fossem autorizados a funcionar salões de beleza, das 11 às 18, e pet shops das 9 às 17 horas. As empregadas domésticas também poderão voltar ao trabalho no horário das 8 às 18h.
Foi uma semana intensa de reuniões entre órgãos da Prefeitura e entidades como o Ministério. Por sua vez, o governo fez um intenso monitoramente dos dados da covid -19 que chegam do interior. Havia expectativa de uma abertura maior, mas na noite de sexta-feira, diante da situação das UTIs, o martelo foi batido frustrando quem esperava pela reabertura dos shoppings e comércio e deixando aliviado quem temia uma saída brusca do lockdown.
O fator determinante para manter a política de isolamento foi mesmo a questão das UTIs. O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, garante que as portas de entrada da rede pública de saúde confirmam que Belém já saiu do pico da doença. “Por uma série de fatores, a partir do dia 10, começamos a ter uma redução expressiva dos números (de pacientes com covid-19) dentro de Belém. Redução da demanda nas portas de Prontos Socorros e UPAs e também nos espaços do Estado, como Abelardo Santos e Hangar. Houve também redução expressiva de demanda nas unidades particulares e declínio de sepultamentos. Todas as unidades de saúde estão com atendimento normal, mas ainda temos, nas UTIs, um número expressivo de pacientes. Esse é o único nó que temos que resolver nos próximos dias”, disse
A manutenção do comércio fechado é medida importante para evitar o colapso do sistema de saúde, mas deve agravar a crise econômica em Belém. Estudo da Fecomércio/PA e Faciapa, com dados coletados no período de 20 a 26 de abril, identificou que 85% das empresas no Pará já haviam apresentado decréscimos em seus faturamentos, com retração de 57%. Além disso, até 26 de abril, 63% estavam com dificuldades para arcar com os compromissos financeiros nas datas estabelecidas, em grande parte, também como um dos efeitos da pandemia.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estimou, para o Estado do Pará, perdas semanais de receita de R$ 1,4 bilhão, no período de 15 de março a 2 de maio. Os números não estão fechados, mas o estima o fechamento de 10% das empresas do centro comercial da cidade e de 15% dos postos de trabalho.
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