Com 30 anos de atuação, FNO investiu R$ 45,7 bilhões na Região Norte

Criado pela Constituição de 1988, Fundo tem missão de combater o desequilíbrio regional

Valéria Nascimento / Redação Integrada
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Há 26 anos no mercado de mel e seus derivados, Raimundo Vogado é o proprietário da Fitobel, empresa que funciona como um entreposto de mel e cera de abelhas e distribui os produtos em supermercados e farmácias do Pará, Amapá, Piauí, Ceará, Rio de janeiro, São Paulo, entre outros Estados. Graças ao financiamento do Fundo Constitucional Norte (FNO), a empresa deixou de ser um empreendimento doméstico, que começou a funcionar em uma casa de um conjunto residencial, em março de 1993, para adquirir lotes no Distrito Industrial de Icoaraci, o que impulsionou os negócios e assegurou a tão sonhada expansão. Histórias como essa são comuns na trajetória de 30 anos do FNO, Fundo Constitucional de Financiamento do Norte que investiu R$ 45,7 bilhões na Amazônia, recursos que potencializaram negócios, criaram empregos e aumentaram a renda de muitos empreendedores, como Raimundo Vogado.

“O Banco da Amazônia se torna um parceiro de extrema importância no desenvolvimento das atividades industriais de nosso Estado, com taxas de financiamento muito pequenas, dando suporte e tranquilidade ao empresário que tem um bom projeto e produtos inovadores, contribuindo para que o nosso Pará se torne um grande pólo industrial”, sintetizou Raimundo Vogado, cuja empresa, hoje, emprega 13 pessoas. 

O presidente do Banco da Amazônia, Valdecir Tose, observa que o FNO tem sido decisivo para que milhares de empresas ampliem a sua capacidade de produção e até de estoque. Ele frisa que o Banco e o FNO estão comprometidos com o desenvolvimento sustentável dos negócios na região Norte. 

“Várias cidades, várias regiões, empresas, pessoas e produtores só se desenvolveram, só cresceram, só melhoraram em razão do FNO, que faz a diferença, gera emprego, renda e consegue cumprir o seu papel social ao longo da história da Amazônia. Ele é determinante, a Amazônia cresceu, melhorou, alcançou índices melhores de desenvolvimento muito em razão desse instrumento”, avalia Valdecir Tose, ao informar que o orçamento do FNO 2019 é de R$ 9,3 bilhões para a Amazônia. Desse total de recursos disponíveis, R$ 2,7 bilhões são para o Pará.

Empreendimentos

O FNO é um fundo previsto na Constituição federal de 1988, constituído por 0,6% de tudo o que é arrecadado pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o imposto de renda. Valdecir Tose garante que, por ser constitucional, não há nenhum risco de corte nesses recursos. 

A expansão de sistemas agroflorestais que combinam o cultivo consorciado de açaí e cacau, por exemplo, duas culturas cujo potencial econômico começa a alcançar expressão na pauta de exportações do Pará, além da alternativa da pecuária sustentável em áreas degradadas, como alternativa ao desmatamento. Esses são dois casos de arranjos produtivos exitosos citados pelo presidente do Banco da Amazônia, como produtos dos 30 anos de existência do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte.

Quanto aos gargalos e obstáculos para acessar as linhas, Valdecir Tose explica que eles estão relacionados basicamente às exigências de garantia para saldar o financiamento, questões relacionadas à economia e ao mercado e o problema ambiental. 

''Em geral, são os mesmos obstáculos que toda região enfrenta, problemas fundiários, você acaba não tendo como apresentar garantias, pois não tem a propriedade do imóvel, documentado, registrado. Outra questão é o processo ambiental na região, que ainda está em construção, alguns Estados têm, outros não. E há algumas questões relacionadas às informações de mercado, que às vezes são mais difíceis na região, que não conta com institutos de pesquisa que balizem essas informações e isso para o empreendedor que vai investir é difícil, pois dificulta a decisão do crédito”, esclarece o presidente.

O índice de inadimplência, no Pará, é de 3,95%, maior que a média do Sistema Financeiro Nacional no País, que Valdecir Tose atribui à carência de infraestrutura do Estado a questões culturais na região. “A gente está tentando disciplinar, buscando organizar, sempre aberto a negociações, a buscar repactuar sempre que necessário para reduzir esse índice ao menor percentual possível”.

Sobre os projetos sustentáveis que ele classifica como interessantes, há a expansão do cultivo do açaí, consorciado com o cacau. ''É o que nós chamamos de sistemas agroflorestais, mas há o próprio manejo sustentável do açaí”, aponta Valdecir Tose.

Na pecuária, ele destaca o uso de áreas degradadas como alternativas de pastos, tornando a atividade sustentável. ''A gente financia as reformas de pastagens para que o produtor utilize melhor o gado na propriedade, dividindo a área, melhorando o uso mais intenso de uma forma sustentável. Então, tem várias iniciativas no Pará que são interessantes que a gente está observando e está trabalhando”, concluiu o titular do Banco da Amazônia.

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