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Censo aponta instabilidade do mercado imobiliário

Cenário controverso na dinâmica de venda e de lançamento de empreendimentos em Belém e Ananindeua, com dados do terceiro trimestre de 2021, foi apresentado pelo Sindicato das Empresas de Construção do Estado do Pará (Sinduscon-Pa)

Sérgio Chêne / O Liberal

A convivência entre a preocupação e o otimismo. Foi esse o cenário controverso apontado pelo 14° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, com os resultados do terceiro trimestre de 2021, apresentado pelo Sindicato das Empresas de Construção do Estado do Pará (Sinduscon-Pa), durante transmissão online que contou com a participação de empresas associadas, representantes de instituições financeiras e imprensa. A programação teve o apoio do Sistema Fiepa e da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA).

O evento teve a coordenação do presidente do Sinduscon-PA, Alex Carvalho, e conduzido pelo Gestor Norte-Nordeste da Brain Inteligência Estratégica (Brain), Claubert Barreto. Durante quase duas horas, foram divulgados os dados imobiliários do período compreendido entre os meses de julho e setembro deste ano. O 14º Censo reuniu lançamentos empresariais do setor, vendas, oferta final, preço e programa de habitação como ‘Casa Verde Amarela’ (CVA), antigo ‘Minha Casa Minha Vida’ (MCMV), em ambos os municípios.

Pelos índices e dados numéricos apresentados no estudo da empresa Brain, tanto a capital paraense quanto o município de Ananindeua apresentam uma desaceleração no ritmo de lançamento de empreendimentos e das vendas de unidades habitacionais, demonstrando uma tendência nacional. A análise técnica conta com a cooperação do Serviço Nacional da Indústria (Senai) e da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção (CBIC).

No comparativo do terceiro trimestre, em 2021 o item unidades vendidas em residenciais verticais, Belém e Ananindeua somaram 441, enquanto que no mesmo período de 2020, o número foi de 595 unidades: redução de 25,8%. A redução pode ser vista também nas unidades lançadas no terceiro semestre. Se 2020 foram 641 unidades lançadas, em 2021, de julho a setembro, o recuo foi de 95,2%: apenas 31 lançadas.

"Teremos que fazer um acompanhamento de perto (do mercado), ninguém sabe o que vai acontecer nos próximos 12 meses", avaliou Clauber Monteiro. Ainda durante a apresentação do Censo, temas como a dificuldade da legislação, burocracia nos processos cartorários e o contexto sociopolítico tiveram espaço. "Tem as questões locais que Belém tem que enfrentar, que são de legislação; outra é do equacionamento político-econômico", destacou Monteiro.

“É um cenário de muita instabilidade, mas não será nem a primeira e nem a última vez em que estaremos vivendo isso. Ocorre que dessa vez temos o ineditismo da pandemia da covid-19”, disse Alex Carvalho. O empresário, no entanto, amenizou a realidade do setor que, segundo ele, mesmo diante de 14 milhões de desempregados, “colaborou com a manutenção de muitas vagas de trabalho e ajudou a economia do Brasil". Carvalho, todavia, acredita que o setor imobiliário possa ser menos travado e "mais pujante" - referindo-se à carga burocrática imposta pelas atuais regras do mercado e que acabam por prejudicar as famílias que sonham com a casa própria.

O aumento no preço do material de construção nos últimos 13 meses, o atraso na agenda das reformas no plano federal e a inflação ao teto da meta são algumas das preocupações do setor. Em contrapartida, o avanço na vacinação contra a covid-19, a projeção do PIB em 5,3% em 2021, a renovação do pagamento do auxílio emergencial e a geração de emprego formal têm gerado otimismo.

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