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Candidatos disputam voto para representar comunidade LGBT no Pará

No total, 22 pessoas assumidamente gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros tentam uma vaga como vereadores ou vereadoras, e um homem trans tenta ser vice-prefeito de Belém

Vito Gemaque

A busca por representatividade de grupos na política é algo constante. Essa necessidade é maior nos parlamentos por gerarem leis que podem beneficiar ou prejudicar diversos interesses. Cada vez mais proativa e engajada, a comunidade LGBTQIA+ poderá, pela primeira vez, ter um representante eleito nas câmaras municipais do Pará. No total, 22 pessoas assumidamente gays, lésbicas, bissexuais ou transgêneros tentam ser escolhidas como vereadores ou vereadoras, e um homem trans tenta ser vice-prefeito da capital. Os dados são de um levantamento feito pela revista eletrônica VIPS Pará, voltada para o público LGBT do Estado.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não possui informações sobre candidatos LGBTs na eleição, já que esse não é um dado presente no formulário de requisição de candidatura. O sistema do TSE informa apenas a quantidade de candidatos com nomes sociais. No Brasil, são 165 candidatos transexuais com nomes sociais; já no Pará, são oito.

Segundo o levantamento, no Estado, os pleiteantes LGBTs estão espalhados por vários partidos de diferentes matizes ideológicas, que vão da esquerda até a direita. As siglas que concentram candidatos estão mais à esquerda, como Psol, PSTU, PDT, PCdoB, PSB e PV, com 18 candidatos. Já os partidos mais à direita, como MDB, Democratas e PSD, tem quatro nomes assumidamente LGBTs. Entre os municípios, a capital tem a maioria das candidaturas, com 15, e outros oito municípios tem uma nome cada.  

De acordo com um dos responsáveis pelo levantamento G,leyson Oliveira, colaborador da revista Vips Pará e presidente da ONG Olívia LGBT, apesar de parecer um número baixo, esse total de candidatos já é uma vitória para a comunidade e representa um aumento de participação política. “Nós achamos que as candidaturas têm chances reais de serem eleitas. No interior, há nomes com chances fortes. A vida voltou esse público a procurar política partidária, cansado de toda a discriminação que a gente vive no dia a dia. Só quem sente na pele, sabe o quanto é difícil. A Câmara Municipal é onde se criam leis, e onde se pode amenizar as nossas dores e sofrimentos, a exclusão social, quando um LGBT se prontifica a ocupar a vaga. Nunca tivemos o poder e, com um dos nossos representante naquele espaço, podemos criar políticas para LGBTs”, avalia.

Em Belém, vários candidatos LGBTs têm pautas em comum, que transitam em criar políticas públicas contra o preconceito e incentivar oportunidades de emprego e formação para gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. A principal demanda é combater a LGBTfobia, que é a violência contra a comunidade.

O professor de Biologia e doutorando, Endell Menezes, 26, candidato pelo PDT em Belém, é gay e terá um material voltado especificamente para a comunidade LGBTQIA+. Ele e um grupo de candidatos assumidos decidiram escrever um documento em conjunto com propostas comuns que serão defendidas pela candidatura que for eleita. Este grupo formado por candidaturas de diferentes partidos de esquerda também pretende se defender conjuntamente de agressões físicas e virtuais, caso elas venham a ocorrer durante a campanha. Os nomes são Lucas Santa Brígida (Psol), Vivi Reis (Psol), Movimento Coletivo do PCdoB e Bia Caminha (PT).

“Temos três propostas que transpassam para a comunidade LGBT. A abertura do conselho municipal de diversidade, que temos a nível federal, e estadual, mas não conseguimos abrir a nível municipal. A abertura do debate para incluir a política de gênero nas escolas, como já é lei no município de Florianópolis, e a outra seria uma política de proteção e inclusão de vítimas de LGBTfobia em Belém”, explica Endell.

Outro candidato gay é o servidor público André Carvalho, 33, também em Belém pelo Psol. Ele quer garantir que os gays, lésbicas e trans tenham mais direitos e sejam reconhecidos na sociedade. “A luta principal é combater a LGBTfobia, principalmente nos ambientes de trabalho e no serviço público. Quero tratar da empregabilidade para as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade e não conseguem empregos por serem gays, trans e lésbicas”, destaca.

Uma das candidaturas com maior possibilidade de ser eleita é a fisioterapeuta Vivi Reis, que é suplente na Câmara Federal, após conseguir 22 mil votos na eleição de 2018. Ela é outro membro com pautas voltadas principalmente para os LGBTs. Vivi está confiante que a comunidade terá representantes na Câmara Municipal de Belém (CMB). “Eu tenho certeza que não um, mas muitos candidatos LGBTs eleitos, para virar essa mesa de poder. Esse ano foi recorde de candidaturas com esse perfil, e com as campanhas que estão mostrando força nas ruas e nas redes sociais, vamos conseguir alguns representantes. Nossas vozes vão ecoar”.

Veja como a comunidade está representada nas eleições deste ano no Pará

Candidaturas LGBT+ no Pará: 23

Candidatos com nome social no Pará: 8

Candidatos com nome social no Brasil: 165

Homens gays: 11

Mulheres lésbicas: 7

Pessoas trans: 5

Quantidade de candidatos LGBTQI por partido

Psol: 8

PCdoB: 5

PV: 2

MDB: 2

PDT: 1

PSB: 1

Democratas: 1

PSD: 1

PSTU: 1

Cidades paraenses com candidaturas LGBTIS

Belém: 15

Ananindeua: 1

Igarapé-Miri: 1

Breves: 1

Bagre: 1

Tucuruí: 1

Tracuateua: 1

Castanhal: 1

Marituba: 1 

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