BC indica que corte de juros do futuro será em 'ritmo mais lento'; entenda

A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, colegiado que reúne diretores e o presidente da autarquia. O encontro foi realizado na semana passada

O Liberal
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Diante das “incertezas do cenário” sobre a inflação nos próximos meses, o Banco Central (BC) informou, nesta terça-feira (26), que julgou apropriado ter “maior flexibilidade” na política de juros e, por isso, evitou projetar um corte da taxa Selic em junho deste ano.

A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, colegiado que reúne diretores e o presidente da autarquia. O encontro, realizado na semana passada, culminou na sexta redução seguida da taxa Selic, para 10,75% ao ano, a menor em dois anos.

No comunicado divulgado logo após a reunião, na última semana, o BC já havia informado sobre a possibilidade de uma redução de "mesma magnitude" (0,5 ponto porcentual) somente "na próxima reunião", marcada para maio.

Nas reuniões anteriores do Copom, a instituição vinha indicando cortes de juros do mesmo tamanho (0,5 ponto percentual) "nas próximas reuniões" – referindo-se aos dois encontros seguintes do colegiado.

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Ao sinalizar redução de juros somente para o próximo encontro, o BC não deu indicações sobre o que pode acontecer a partir da reunião do Copom de junho.

"Argumentou-se que uma retirada tardia, possivelmente vista como uma promessa não cumprida [de um corte em junho não adotado], deveria ser evitada porque poderia ter impacto sobre a credibilidade futura da comunicação e provocar volatilidade excessiva", explicou o BC, na ata do Copom.

Ritmo lento

Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, o Banco Central foi mais adiante. Esclareceu que as "atualizações dos conjuntos de dados analisados serão particularmente importantes para definir o ritmo e a taxa terminal de juros".

"Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária [de corte dos juros] pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir", acrescentou o BC, na ata do Copom.

Com isso, o Banco Central indicou ainda que vai avaliar o cenário para a inflação a partir da reunião de junho e que, se julgar necessário, pode reduzir o ritmo de corte da taxa Selic.

Ao invés de 0,5 ponto percentual, pode optar por uma diminuição de 0,25 ponto percentual a partir daquele mês. A decisão, porém, será tomada somente na reunião do Copom. Nada impede que o BC mude a sinalização na reunião do mês de maio, o próximo encontro. A projeção do mercado financeiro, colhida na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, é de que a taxa Selic termine 2024 em 9% ao ano.

Até o momento, os economistas dos bancos vêm projetando reduções de 0,5 ponto percentual na taxa básica em maio, junho e julho, para 10,25%, 9,75% e 9,25% ao ano, respectivamente. Com as indicações do BC, essas projeções do mercado podem ser alteradas.

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