IBGE e Dieese apontam queda no preço do arroz e feijão, mas alívio é discreto para consumidores

Apesar da queda no mês, consumidores paraenses relatam pouco impacto no orçamento devido à alta de outros itens da cesta básica e economista explica a variação nos valores.

Gabi Gutierrez
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Os preços do arroz e do feijão registraram queda no mês de abril, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE. A dupla tradicional no prato do brasileiro tem o preço mais baixo em comparação à cotação no início de 2025, mas está mais cara do que há um ano. Embora haja a redução expressiva de ambos, os consumidores ainda precisam ajustar a lista de compras para caber no orçamento.

De março a abril, o arroz teve redução de 1,98% e o feijão-preto caiu 3,66%. No acumulado de 2025, até abril, as quedas são de 5,41% para o arroz e 29,84% para o feijão-preto. Já nos últimos 12 meses, que comparam os preços atuais com os de abril de 2024, os dois alimentos apresentaram alta: 5,59% para o arroz e 5,16% para o feijão.

Esses números significam que, mesmo com a queda recente, os preços dos dois produtos ainda são mais altos do que há um ano. No entanto, o movimento de queda observado ao longo de 2025 indica um período de estabilidade e recuperação, após meses de aumento. A diferença entre os índices do ano e dos últimos 12 meses ocorre porque o acumulado em 12 meses considera o que foi registrado desde abril de 2024, quando os preços estavam mais baixos ou mais altos do que agora.

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Consumo em Belém: mudança de comportamento nas compras

Em Belém, a reportagem do Grupo Liberal ouviu consumidores, que relatam não sentir essa redução mensal de forma expressiva, embora reconheçam que ela influencia o comportamento de compra.

O estudante Adriel Pinheiro relata que a queda alterou os hábitos da família. “Mudamos o supermercado onde fizemos as compras por conta das ofertas”, afirmou. Segundo ele, a redução no valor do arroz e do feijão ainda não surtiu efeito no valor final do produto: “A redução é de alguns centavos, né? Então não foge tanto do que programamos gastar com alimentação”.

Já o aposentado Álvaro Benigno afirma que faz compras apenas uma vez por mês e não acompanha de perto a variação de preços. Mesmo assim, percebeu uma leve queda. “Parece que o arroz e o feijão deram uma pequena reduzida, sim”, disse. Para ele, mesmo com a baixa nesses itens, o impacto no orçamento da alimentação ainda é sentido devido à alta em outros produtos, como carne e café.

Análise do Dieese: arroz em queda, feijão volta a subir

Segundo o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), Everson Costa, a tendência de queda nos preços do arroz e do feijão ao longo de 2025 reflete um movimento importante de recuperação do poder de compra dos consumidores paraenses.

O preço médio do quilo do arroz, que era de R$ 7,41 em abril de 2024, passou para R$ 6,65 em abril de 2025. Essa redução de 10,26% em 12 meses também representa uma queda de 9,65% no acumulado do ano, segundo levantamento do Dieese. O produto tem mantido comportamento de estabilidade ao longo dos primeiros meses de 2025, com tendência de recuo moderado.

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Já o feijão, embora tenha registrado alta de 2,71% entre março e abril de 2025, acumula queda de 6,89% no ano e de expressivos 24,06% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o produto custava em média R$ 7,48.

Everson ressalta que, apesar da elevação pontual no preço do feijão em abril, ainda não há sinais de desabastecimento, e a expectativa é de que a estabilidade nos preços se mantenha nos próximos meses, ainda que com possíveis variações sazonais e logísticas.

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