Às vésperas do Dia das Crianças, movimento ainda é fraco nos shoppings de Belém
Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belém estima queda de 10% nas vendas deste ano
Diferente dos anos anteriores, o Dia das Crianças deve ter um movimento fraco em 2020. A data comemorada na próxima segunda-feira (12), que é uma das principais do comércio, ainda sofre os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belém (CDL), a queda nas vendas deve ser de, aproximadamente, 10%, na comparação com o ano passado - acima da estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de uma retração de 4,8% no país.
O órgão nacional estima que o Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o varejo nacional, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. No entanto, os shopping centers da capital paraense ainda não estavam movimentados na sexta-feira (9), sendo que a estimativa do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas) era de que os pais e responsáveis pelas crianças fossem em busca dos presentes a partir de quinta-feira.
“A movimentação no comércio de rua e nos shoppings está melhorando, mas, realmente, ainda está fraca, em função do momento que estamos vivendo. O Dia das Crianças movimenta bem o comércio, mas este ano, lamentavelmente, vai ficar abaixo do esperado e do desejado pelos lojistas”, pontua o presidente da CDL em Belém, Álvaro Cordoval.
Mesmo assim, ele ainda espera que o movimento seja maior durante este fim de semana, que antecede a data. Ele garante que o comércio está preparado e os lojistas entusiasmados para vender. Segundo ele, o ticket médio deve ficar em torno de R$ 100, com destaque para a venda de brinquedos, confecções, calçados e eletrônicos.
Em um dos shopping centers de Belém, o movimento era fraco na principal loja de brinquedos do estabelecimento. Porém, segundo o vendedor Joanderson Barreto, já superou as expectativas dos funcionários. “Em relação ao início da reabertura, melhoramos muito. Esta semana, teve uma alta na procura por brinquedos, conseguimos retomar o fluxo que tínhamos na loja. Na comparação com o ano passado, inclusive, houve aumento de vendas”, garante.
A vendedora Amanda Pantoja espera que o movimento seja ainda maior durante este final de semana. “Tomando como base o primeiro dia de vendas para o Dia das Crianças, as expectativas são boas. Vendemos mais do que o esperado, foram R$ 45 mil até as 19h, isso nunca tinha acontecido. Acho que isso ocorreu porque teve uma baixa nos preços dos produtos no geral, o que fez os clientes comprarem mais de um item para presentear as crianças. Também teve uma promoção em alguns produtos, em que o consumidor ganhava um desconto para as compras do Natal”, explica a vendedora. Segundo os dois funcionários, o ticket médio no local varia muito. “Algumas pessoas compram R$ 100 e outras levam bonecas de mil reais”, dizem.
O servidor público Maurício Quadros, de 33 anos, estava na loja, mas ainda não ia comprar – estava procurando os presentes ideais para a filha, de 6 anos, e o filho, de 3. “O mais novo não escolheu, é muito novo, mas a mais velha fez questão de uma boneca específica, estou procurando. É cada vez mais difícil presenteá-los, porque as crianças têm novas opções, mais vontades, a gente fica na dúvida. E ainda temos que mesclar algo educativo mas que tenha características chamativas para eles”, diz o pai.
Pela pesquisa de preços, o servidor não notou diferença entre as lojas. Ele falou que pretende economizar este ano, por conta do mercado, que foi afetado em todos os setores após a pandemia. O preço da boneca que ele procurava era de R$ 2.900 nesta loja.
Já a técnica em enfermagem Josiane Vilhena, de 37 anos, espera economizar mais. Ela estava em busca de um presente mais em conta para a filha de 3 anos. “Não tenho ideia do que dar para ela, está tudo muito caro. Eu que vou escolher porque ela ainda não tem maturidade para isso, mas ainda não decidi. Não posso gastar muito porque não está fácil para ninguém, então estabeleci um limite de gastos”, conta a consumidora.
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