Tribos Munduruku e Muirapinima se apresentam neste fim de semana no Festribal

Festival dos Povos Indígenas de Juruti 2023 tem como tema: "Guardiões do Território Ancestral".

Bruna Dias
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De 27 a 29 de julho, o Pará recebe o “Festival dos Povos Indígenas de Juruti 2023”, no oeste do Pará. Com o tema “Celebração da Arte”, o evento celebra as etnias do Brasil, através das prestações das tribos Munduruku e Muirapinima.

O Festribal destaca, em três dias, a arte, costumes, crenças, a fé, ao levar para a aldeia “Tribódromo”, as duas tribos com as suas alegorias, cênicas, danças e cantos indígenas. A disputa reverência à Terra-Mãe, à natureza viva, à existência de todos nós, e a arte da vida e identidade viva dos Povos Originários.

O visitante do Festribal tem a oportunidade de imergir para além do que é apresentado no “Tribódromo”. O evento proporciona a disponibilidade de pratos da gastronomia local e artesanato local, além de apresentações artísticas.

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A Munduruku, que tem as cores amarelo e vermelho, é a atual campeã do festival, já venceu 17 vezes. Ao apresentar o tema “Guardiões do Território Ancestral", a tribo vai retratar a defesa da terra sagrada, e a luta pela demarcação do território, considerado sagrado desde os nossos ancestrais.

“Faz tempo que nossas vozes ecoam no silêncio omisso desse Brasil colonial. Lutar pelo direito à terra é lutar pelo direito à vida. Para nós, povos originários, Terra e vida são uma única coisa; quando nos negam o direito de tê-las, estão nos negando o direito de nascer, crescer, repousar e morrer no colo afável de nossa mãe. Se ainda existe floresta em pé, é por causa da nossa luta! Se ainda tem água para saciar a sede e fertilizar os campos, também é por nossa luta! Fomos nós que herdamos de nossos deuses e avós a sagrada missão de proteger, amar e guardar a nossa mãe terra”, define a tribo Munduruku sobre o tema escolhido.

“Realmente para este ano, estamos com uma expectativa maravilhosa, onde as pessoas se interagem. A comunidade aproveita o momento para fazer com que a economia do município gire. É isso que nós esperamos do festival, que as pessoas abracem a oportunidade. A Maná Produção, faz parte desse evento maravilhoso, resgata a cultura dos nossos povos originários, mas é claro, o festival é sempre preocupado com a sociedade, economia e com o município. Com isso nós vamos crescer cada ano, com a Maná abraçando a população, a tribo Munduruku e o festival de um modo geral”, disse Alex Guedes, presidente da associação folclórica Tribo Munduruku.

Nas cores azul e vermelho, a Muirapinima chega em busca de reconquistar o título este ano, ela já vencei o festival 13 vezes. Com o tema: "Nossos pés, nossas raízes", a tribo irá abordar a sabedoria milenar passada de geração a geração, que ainda é preservada e mantida como modo de vida dos indígenas brasileiros, um ato de resistência.

“Nossa Terra chora! Nossos sábios pajés e pajeranas assistem com agonia a luta da Terra pela sua sobrevivência. Nossa conexão com ela se perde a cada árvore derrubada, a cada rio morto pelo mercúrio, a cada vida indígena derrubada ao chão e a cada estrela que cai do céu. Já não é mais tempo de espera. Venham todos, homens e mulheres, para juntos lutarmos pela nossa Mãe Terra, de onde fomos geradas, de onde fomos paridos. Que das suas entranhas tenhamos a força para a luta. Que juntos possamos empunhar a bandeira da luta e da esperança pela demarcação das terras indígenas, pois sem ela, não temos pés e nem raízes. Seus pés e suas raízes devem ser embalados pelos cantos dos pássaros, pela força das águas, pelo som que sai da terra e pelo calor do fogo”, disse a tribo Muirapinima, sobre a sua escolha.

“Queremos que o nosso manifesto cultural se torne a voz de todos os povos que sofrem pela inexistência de suas terras, pela ausência de seus direitos e por todos aqueles que lutam pela vida. É preciso manter firme os pés para a luta, como raízes fortes fincadas no chão. É tempo de revolução. É tempo de reparar danos históricos àqueles que tratam a Terra como mãe e mantém ela viva para nós e para as futuras gerações”, disse Daniel Costa, membro da comissão de artes da Muirapinima.

O tradicional o Festribal, ocorre em Juruti, na região oeste do estado do Pará, o município de Juruti. O evento começou em 1995, ao celebrar a cultura amazônica por meio da dança, música, artesanato e gastronomia típica.

Presente no calendário do Estado, o Festribal gera através do entretenimento, uma oportunidade de valorizar os povos tradicionais da região, como os indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Além disso, o festival se destaca como uma plataforma para a preservação do meio ambiente e o incentivo à sustentabilidade.

Em 2008, o Festival Folclórico das Tribos Indígenas de Juruti foi considerado Patrimônio Cultural do Pará pela Lei Estadual nº 7.112, de 19 de março de 2008. Mas desde 2011, através da Lei Municipal nº 1.010/2011, de 23 de setembro de 2011, o festival foi declarado e reconhecido como Patrimônio Cultural do Município de Juruti.

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