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Tribo de Jah vem se reinventando e atravessando décadas

Uma das comemorações de 35 anos da banda foi no Parque dos Igarapés

Bruna Lima
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Às vésperas dos 37 anos de carreira, porém, ainda celebrando os 35 por conta da pandemia, a Banda Tribo de Jah coleciona tradição, histórias e reinvenções. A banda surgiu a partir de um encontro entre amigos, na Escola de Cegos, no Maranhão, e durante toda essa trajetória já passou por diversas mudanças, mas mantém a originalidade e as causas inclusivas.

A história do grupo com o Pará existe desde o primeiro ano de formação da banda, pois coincide com a inauguração do Parque dos Igarapés, point que o grupo inaugurou e mantem a parceria até hoje.

Tribo de Jah é integrada pelo vocalista Fauzi Beydoun (guitarrista e compositor), por Aquiles Rabelo (baixista), João Rodrigues (baterista) Alexsandro Costa Enes (guitarra), Pedro Beydoun (guitarra e vocal) e Luan Richard (teclados), sendo três dos integrantes com deficiência visual. Em uma passagem por Belém, Fauzi conta um pouco sobre os caminhos da banda.

1. Fauzi, como está a Banda Tribo de Jah depois dos momentos mais tensos da pandemia?

A banda sobreviveu, graças a Deus, nós sobrevivemos, mas perdi alguns amigos com a pandemia. Profissionalmente, foi um período muito crítico, a gente conseguiu sobreviver realizando alguns projetos e isso deu uma sobrevida à banda. Quando os espaços começaram a ser liberados para os shows, tivemos uma retomada intensa e que vem sendo realizada até agora. Nós estamos trabalhando o projeto de 35 anos, que está até atrasado, pois já estamos com quase 37 e ainda comemorando os 35, mas tudo isso foi por conta da pandemia. A banda é extremamente ativa e que está fazendo shows com regiões distintas.

2. Nesses 37 anos, como a banda vem se reinventando?

É um desafio para a banda com essa longevidade poder se reinventar. Um integrante saiu para fazer carreira solo, outro saiu porque casou. E os filhos vão crescendo e estou aqui com dois filhos, o Pedro, que já é cantor da banda há sete anos, e o João, que trabalha na produção e faz algumas participações nos shows. Então, são fatos novos. E artisticamente, a Tribo sempre foi criativa, pois apesar de manter a origem do reggae roots consegue inserir muitos elementos musicais, sem perder a essência, que é fundamental e que preserva uma legião de fãs e se identificam com a proposta estética da banda e que vem passando de geração em geração.

3. Me fala sobre o movimento do reggae no Maranhão e pelo país de um modo geral, pois aqui em Belém, a gente vem percebendo uma diferença no movimento, pois muitas casas específicas do reggae fecharam.

Como tudo na vida, o reggae também passa por transformações e evoluções, mas eu acho que o fato da pandemia fez com que muitas casas de evento fechassem as portas e não apenas do reggae. Mas pelo que eu estou sentindo, o reggae já passou por vários processos cíclicos, momento de altos e baixos. Mas um fato é inegável, existe uma cultura reggae no Pará e isso ninguém consegue apagar. A localização do Pará é perto do Caribe, do Maranhão e tem um contingente de Maranhense que mora aqui e isso tudo faz com que se forme uma cultura popular arraigada. Como maranhense, sou fã da cena reggae paraense, eu vi isso nascer. Mas quando iniciamos a tocar aqui já tinham pessoas envolvidas nessa cultura e que deixaram legado e se perpetua até hoje.

4. A relação de proximidade do reggae entre o Pará e o Maranhão, é uma questão apenas geográfica ou envolvem outras questões?

Essa proximidade se dá pela questão geográfica, mas também envolvem outras questões. O Pará, antes dessa relação com o reggae, já tinha uma tradição com a música caribenha. O termo lambada, por exemplo, nasceu no Pará. O termo designa uma música boa. Assim como lá no Maranhã quando nos referimos ‘essa música é uma pedrada’. Algumas pessoas dizem que a lambada surgiu pelo Brasil, mas não, é termo especifico do Pará. Outro elemento que une o Pará ao Maranhão é a cultura das radiolas, que aqui no Pará são chamadas de aparelhagem.

5. Fauzi, em 2018, tu te candidataste a deputado estadual. O que te fez querer entrar na política?

Eu entrei em um partido muito pequena o Rede Sustentabilidade, um partido voltado para questões ecológicas e ambientais. A minha música sempre foi militante, as minhas composições falam de política, de questões sociais e isso sempre foi latente na Tribo de Jah. Eu tinha muita vontade de fazer algo mais e usar a política para fazer um trabalho de inclusão social com o reggae, no Maranhão.

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Cultura
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