Teresa Dantas indica três livros que marcaram sua vida em 2021

A escritora e jornalista paraense se interessa por questões de gênero e descolonialidade

Painah Silva
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A paraense Teresa Dantas é escritora e jornalista e veio ao O Liberal indicar três livros para o público ler nessa semana. Como a própria afirma, separar somente três indicações é muito difícil para alguém que gosta tanto do universo da literatura. Ela que se interessa por questões de gênero e descolonialidade trouxe obras que tratam do tema. Ao usar como critério de escolha obras que foram lidas em 2021 e a marcaram profundamente, Teresa separou histórias empolgantes e que em sua opinião vão despertar grandes emoções nos leitores. 

Em primeiro lugar está ‘Meu corpo ainda quente’, de Sheyla Smanioto, O livro recém lançado aborda diversas questões filosóficas e que provocam questionamentos. Ambientado durante a ditadura militar e a situação de vulnerabilidade da mulher nesse cenário. “É um livro feitiço, uma escrita que se incorpora em quem lê porque é feita de e com sangue. Num cenário de violência e sonho, a narrativa conta como uma mulher pode tomar seu corpo de volta e ainda que despedaçado, costurá-lo. Acompanhando Jô, a protagonista, mergulhamos nas paisagens do nosso próprio corpo e, acredite, ninguém volta a mesma dessa viagem. Uma experiência imperdível!”, afirma. 

Sua segunda indicação é a obra da escritora e ativista feminista bell hooks que faleceu em dezembro de 2021, ‘Tudo sobre o amor’. “O que é o amor para uma das mais importantes intelectuais negras feministas de hoje? Apesar de a termos perdido recentemente, o pensamento de bell hooks abre caminhos, abrirá sempre. E sobre o amor, ela vai muito fundo. Longe de falar de sentimento, o livro fala sobre agir amorosamente. É um deslocamento enorme da ideia corrente de amor. Propõe uma ética amorosa capaz de transformar a ordem social baseada na obsessão pelo poder. É brilhante”, diz ela.

De terceira opção, a jornalista escolheu o livro ‘Nem sinal de asas’, de Marcela Dantés. O romance já foi indicado em premiações e chegou a ser finalista. Um livro de tirar o fôlego, afirma ela. “Esse romance foi finalista dos principais prêmios literários brasileiros. O que não surpreende em nada, porque é completamente arrebatador. A tragédia é espirituosa e confunde as fronteiras entre prazer e dor, aconchego e desconforto, conduzindo a leitura com fluidez ao redor da questão: quanto tempo leva até que se encontre o corpo de uma mulher que viveu e morreu sozinha? A narrativa tem um estilo primoroso. A gente vai lendo e exclamando: meu Deus, que beleza! Queima a gente feito suco de limão”, compartilha a escritora. 

(Estagiária Painah Silva, sob supervisão da Coordenadora de Conteúdo de Cultura, Sonia Ferro)

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