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Rock Doido vira febre e projeta de vez a música da periferia de Belém

Movimento cultural com berço em bairros da periferia da capital paraense ganha novos formatos e se expande pelo Brasil

Eduardo Rocha

Chega o fim de semana e pronto. É hora de curtir um Rock Doido em alguma festa em Belém: dançar com uma pessoa interessante ao som de uma batida acelerada e deixar a mente e o corpo fluírem no alto astral do momento. Esse programa é o de muita gente na Grande Belém e em outras regiões do Estado do Pará. A música paraense é sempre inovadora, como mostra a produção cultural dos bairros da periferia de Belém, e, então, esta é a hora e vez do Rock Doido, movimento cultural que engloba estilo musical reunindo vários ritmos com uma batida eletrizante que mexe com a plateia nas noites da Amazônia.

O sucesso do Rock Doido é tanto que a cantora Gaby Amarantos acaba de lançar um álbum e um filme homônimos. Essa evolução do Tecnobrega e Brega começou a se formar em 2008/2009, mediante a transição de bandas tradicionais para DJs e cantores. O DJ Vicctor Rock Doido tem uma relação direta com esse movimento cultural. “O Brega se dividiu em várias vertentes, bregas do passado, bregas marcantes, Tecnobrega, e o Tecnobrega estendeu pro Rock Doido, que é a batida do Brega mais rápida, misturando Funk Proibidão e outros batidas mais rápidas”.

image DJ Vicctor: som agita as festas onde é tocado (Foto: Igor Mota / O Liberal)

O Rock Doido, como diz Vicctor, “tomou mais força depois que criamos o aplicativo Rock Doido (no período da pandemia da Covid-19) que começou a concentrar todo conteúdo da cultura musical paraense, Brega, Brega passado, marcante, Rock Doido etc”. A vertente Rock Doido hoje na grande maioria é tomada por DJs que pegam o Tecnobrega “comum” e mixam, detalha Vicctor. 

A receptividade estrondosa do estilo musical é explicável. “Por ser uma vertente mais animada, batidas mais rápidas, herdando bastante do Tecno Funk do sul do Brasil e do Funk do Rio de Janeiro, sem dúvida envolve o público e cria uma pista badalada, mixando ritmos locais, nacionais e internacionais, tudo isso dentro da batida do tecnobrega”, diz Vicctor. “Já tocamos quase no Brasil todo, no Amapá, Paraná, em Brasília, Rio de Janeiro e outros lugares. Acredito que o Rock Doido seja o futuro da música paraense”, enfatiza o DJ.

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Quem conhece de perto a trajetória do Rock Doido é o DJ Elison, com 20 anos de carreira. "É um ritmo diferente, envolvente e cheio de energia, que vem ganhando espaço e chamando a atenção do público, eu particularmente amo tocar o nosso Rock Doido. Além de ser divertido e contagiante, ele também representa muito da nossa cultura, da nossa forma de viver e de nos expressar enquanto sociedade", diz. 

Elison verifica o crescimento desse estilo no Brasil. "Sempre que toco, a resposta do público é incrível, a galera vibra, canta junto, é uma energia contagiante. Tenho percebido que o estilo está crescendo muito, não só fora da Região Metropolitana, mas até mesmo em outros estados do Brasil. É um movimento que vem ganhando força e conquistando cada vez mais espaço", ressalta.

E Elison sabe o que está dizendo. Ele preparou uma playlist de Rock Doido para o DJ Alok para o megashow no Estacionamento do Mangueirão, em Belém, em 23 de novembro de 2024, marcando a contagem regressiva para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

image DJ Elison: experiência surreal em fazer playlist de Rock Doido para Alok (Foto: Facebook / DJ Elison New Age)

"Fazer a playlist de Rock Doido para o Alok foi uma experiência surreal. Quando surgiu essa oportunidade, eu estava em Balneário Camboriú preparando meu set para uma turnê no Sul do Brasil. Tudo aconteceu de forma muito rápida e, de repente, eu já estava em ligação com o próprio Alok que, inclusive, é uma das minhas maiores referências musicais”, conta Elison.

“Na hora, eu nem sabia o que sentir... foi uma mistura de emoção, surpresa e gratidão. Ele ainda me convidou para subir na pirâmide, estar perto dele, conhecer de perto um dos maiores DJs do mundo. Mais emocionante ainda foi perceber que estou sendo reconhecido como referência nesse estilo musical que é o nosso rock doido. Poder escrever meu nome em um momento tão marcante na trajetória de um artista como o Alok é algo único na minha carreira como DJ", pontua Elison. 

 

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Cultura
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