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Papel da vida real: pais da Globo falam sobre paternidade na ficção e vida real

Lucio Mauro Filho, Caco Ciocler, Helio de la Peña e Malvino Salvador falam sobre pais da ficção e relação com os filhos

Lucas Costa
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Tanto na ficção quanto na vida real, a paternidade pode ter diversas camadas e nuances; e quando as duas se misturam, o resultado pode ser ainda mais emocionante. Atualmente no ar, nas novelas reprisadas pela Globo, os atores Lucio Mauro Filho, Caco Ciocler, Helio de la Peña e Malvino Salvador; já passaram pela experiência de viver a paternidade tanto no trabalho quanto na vida real, e neste Dia dos Pais, falam sobre suas experiências.

Em “Malhação - Viva a Diferença”, Lucio Mauro, 46, é Roney, pai de Keyla (Gabriela Medvedovski) e Gabriel (Luis Galves), ambos adolescentes. Na vida real são três filhos: Bento, de 16 anos; Luiza, de 15; e Liz, de 2.

Roney, que começa “Malhação” já se tornando avô, depois que a filha de 17 anos dá à luz ao primeiro filho, é descrito por Lúcio como um divisor de águas em sua carreira.  

“Me ajudou muito o fato de eu ter em casa a minha filha Luiza, que estava com 12 para 13 anos. Então para mim foi uma experiência além das artes, porque através da dramaturgia do Cao Hamburger (autor), falando dessa minha filha Keila, meio destrambelhada, de 17 anos; havia várias lições para minha filha filha como espectadora e fã, tomar assistindo ao trabalho do papai”, conta ele, dando destaque às discussões propostas pelo texto de Cao.

“Eu pude usar dentro de casa todas as discussões ali com os meus filhos, como também levei muito da relação com a minha filha para a relação com a minha filha Keila. Nos tornamos amigos, assim como sou da minha filha Luiza”, conta.

Em “Malhação - Viva a Diferença”, Roney era um artista que havia experimentado um sucesso nos anos 80, até que fica viúvo e abandona tudo para cuidar da filha. Sem ter se casado novamente, o personagem então desempenha uma espécie de papel de pai e mãe.

“Me colocou num lugar totalmente diferente do pai Lucinho, casado com a Cíntia. Ali não, era um homem sozinho cuidando de uma filha, como é isso? E aí ele já foi famoso, mas não é mais. Ele já conheceu um mundo mais liberal e tudo, hoje em dia é dono de uma lanchonete, e lida com um mundo mais formal. Para completar, pintou um filho da mesma idade da filha, que ele teve num relacionamento com uma fã. Ele só descobriu o filho mais velho, e o filho era gay. Então, assim, eu achei tão bonito e importante o trabalho do Cao, de num veículo como Malhação, que é para a juventude, ele ter tido essa coragem com responsabilidade, de tocar em tantos assuntos e colocar um pai com tantas características diferentes e interessantes”, relembra.

Pai de três filhos na vida real, Helio de la Peña, 61, está no ar atualmente como o pai de Maria (Juliana Louise) e João (Leonardo Lima Carvalho), em “Totalmente Demais”.

Sobre as experiência da paternidade, ele relembra que o primeiro filho Joaquim, atualmente com 28 anos; tinha a percepção de que o pai havia nascido na TV, no “Casseta e Planeta”, em 1992; e isso acabou gerando situações engraçadas.

“Quando era pequenininho, um dia ele virou para um garoto da turma dele e perguntou: ‘e seu pai, faz que programa?’”, conta. 

image Helio de la Peña fala sobre privilégio em passar o isolamento com a família (Globo/Victor Pollak)

No segundo casamento vieram os mais novos, João e Antonio, atualmente com 18 e 16 anos respectivamente. Foi nesse período também que Helio escreveu “O Livro do Papai: Como Sobreviver ao Seu Bebê”, falando sobre a forma bem humorada que viu a sua volta com o segundo filho, já que a fase mais histérica havia enfrentado com o primeiro.

“Eu consegui ver de forma divertida aquela situação, o desespero, a chegada da sogra. Comecei a enxergar o papel da minha mulher e comecei a escrever. Minha mulher ficava falando: ‘Você tem que avisar o tempo todo que essa mulher aí do livro não sou eu. Se eu fosse assim histérica você não tinha tempo para escrever livro coisa nenhuma’. Tinha uma tranquilidade na casa que me permitia ficar escrevendo”, relembra ele.

Caco Ciocler, 48, atualmente no ar em “Novo Mundo”, é o único que não é pai na ficção; mas na vida real já é avô, de Elis, de 2 anos; primeira filha de Bruno, 23. Com a paternidade tendo chegado cedo, o ator relembra o impacto que ela teve na profissão.

“Depois que virei pai, acessar algumas emoções ficou mais fácil, em todos os níveis, na alegria, tristeza, saudade, amor. Redimensionou para mim o que são essas coisas, desde que ele nasceu, acho que virei um ator melhor. Ele me ensinou sobre essas coisas, a importância dessas coisas, o tamanho do amor por um filho, uma perda, uma saudade, é isso”, destaca.

Malvino Salvador, 44, está no ar atualmente como o pai de Quinzinho (Gabriel Pelícia), em “Fina Estampa”. Pai de três meninas e a espera do quarto filho, ele também fala das emoções que a paternidade traz para o trabalho como ator.

“A gente tem amor por várias pessoas: pais, amigos. Mas quando você tem um filho, é um amor que eu nunca tinha experimentado algo parecido. É um amor incondicional, você faz qualquer coisa pelo seu filho, para protegê-lo, e salvá-lo de qualquer situação. A questão da proteção e do amor é uma coisa divina, não consigo nem mensurar”, conta.

Pai de Sofia, 11 anos; Ayra, 5; e Kyara, 3; Malvino relembra que no período das gravações de “Fina Estampa” ele estava longe da filha mais velha, e as cenas com Quinzinho confortavam a saudade que sentia de Sofia, sua única filha na época.

Se descrevendo como um pai presente na criação das filhas, Malvino conta que o isolamento social fez com que ele e a esposa ficassem ainda mais próximo das filhas mais novas. Ele reconhece o privilégio de poder ficar em isolamento social, e revela que passou a trabalhar ainda mais neste período.

“Tive que me readaptar totalmente, e foi um desafio porque minha crianças são muito pequenas. Tenho uma de 5 e uma de 3 em casa, e a minha mulher ficou grávida”, conta. “Todo o conteúdo da escola para minhas filhas eu tinha que dar, porque elas não tinham condições de ter aula on-line com professor. Eu tinha que dar o conteúdo e isso levava cerca de três horas para conseguir dar tudo, principalmente para a Ayra que está no processo de alfabetização. Vou dizer que foi bem difícil, mas conseguimos conciliar”.

Malvino diz que o Dia dos Pais deve ser comemorado em casa, de forma simples; talvez com um bolo e junto da família.

image Malvino Salvador relembra experiência como pai do personagem Quinzinho, em "Fina Estampa" (Globo/Estevam Avellar)

Na casa de Helio a rotina também tornou a família mais unida, mas ele reconhece o privilégio do conforto para poder aproveitar este momento. “Quando você tem um conforto material, você ser obrigado a ficar dentro de casa com sua família, tem uma parte aí, que se você não tiver nenhum problema de saúde, é um presente. A gente está descobrindo formas de trabalhar, já gravei uma Instasérie, inventei uma Quarentena com la Peña, todo sábado tem a minha live. Fui inventando formas de trabalhar. As vezes é até bom não encontrar muita gente, que você vai dar uma concentrada”, diz ele, que também revela que a família passou a praticar exercícios físicos junta.

No Dia dos Pais ele diz que vai preparar um almoço em casa para todos os filhos, feito por ele mesmo - receita que aprendeu em uma das aulas de culinária que tem feito na pandemia.

No caso de Lúcio, a pandemia acabou exigindo um cuidado ainda maior na família. Um dos filhos mais velhos teve Mononucleose, doença que ataca a imunidade e tem processo de recuperação que leva em torno de um ano. A família então precisou assumir todas as responsabilidades com a casa, e ele diz que os cuidados com a filha mais nova uniu todos.

“Ela é uma espécie de missão que unifica a família. Os irmãos cuidam dela, são os segundos pai e mãe. Durante a quarentena tivemos que assumir tudo da manutenção da casa: calha, ralo, caixa de gordura. Outra coisa importante é que a gente não parou de trabalhar em nenhum momento”, conta.

image Caco Ciocler fala sobre primeira neta e impacto da paternidade na profissão (Globo/João Miguel Júnior)

Para Caco, o período de isolamento social foi de se reconectar com a própria casa. “Eu adoro ficar em casa, e a gente tem pouca possibilidade de ficar em casa. Descobri que minha casa era um lugar de passagem, e eu andava muito pouco em casa. É sempre muita coisa e a gente chega muito cansado”, diz ele, que também reformou todo o seu apartamento em São Paulo, aprendeu a cozinhar, fez uma horta e até iniciou uma faculdade de Biologia.

Mas uma situação engraçada também envolveu a reforma do apartamento, no final. “Quando tinha arrumado minha casa inteira, tinha feito tudo; minha namorada me convidou para morar com ela, então me mudei para o Rio de Janeiro”, contou, rindo.

Sobre como vai passar o Dia dos Pais, na entrevista Caco ainda esperava uma ligação do filho, mas acreditava que ele não o convidaria. Disse que talvez iria encontrar o próprio pai, em São Paulo.

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