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'O Reflexo do Lago' denuncia contradição e exploração em Tucuruí

O filme entra em cartaz nesta quinta-feira (11), no Cine Líbero Luxardo

Bruna Lima
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Ao lado da segunda maior usina hidrelétrica do mundo, a Hidrelétrica de Tucuruí, as comunidades das ilhas Caraipé até hoje, depois dos 38 anos da construção da obra 100% brasileira, não possuem energia elétrica. Para quem não conhece as comunidades e suas dificuldades, o filme "O Reflexo do Lago”, do paraense Fernando Segtowick retrata essa contradição.

O filme entra em cartaz nesta quinta-feira (11), no Cine Líbero Luxardo. E no dia 13 de agosto, a exibição do longa será seguida de debate com a presença do diretor. Fernando diz que a ideia do filme partiu do livro da fotógrafa Paula Sampaio, “O Lago do Esquecimento”.

"Então desde que a gente teve contato com o livro, ficou essa vontade de fazer uma adaptação dele para o cinema. A Paula é uma fotógrafa que eu tenho muita admiração pelo trabalho dela", diz Segtowick.

O primeiro passo para o início dos trabalhos ocorreu quando a equipe conseguiu recursos por meio do edital da Ancine (Agência Nacional de Cinema), onde foi possível ir até Tucuruí visitar as comunidades, conhecer alguns dos personagens, que depois acabaram ficando no filme. Esse processo durou quatro anos entre as pesquisas e as primeiras gravações, explicou o diretor.

“O Reflexo do Lago” é o primeiro longa-metragem do diretor Fernando Segtowick, distribuído pela Elo Company, e ele acrescenta que se trata do primeiro longa da produtora também. "Muitas pessoas que estavam na equipe também estavam fazendo esse primeiro longa, então essa é uma dificuldade de fazer. Mudar do formato de curta e de série para longa não é um processo simples", pontua o diretor.

O filme teve estreia mundial na Mostra Panorama do Festival de Berlim, em 2020, e foi selecionado para festivais na França, Itália, Irlanda, Estados Unidos, Kosovo e Colômbia. “Eu acho que é bem legal porque mostra que o filme teve essa recepção em diferentes lugares e comunicou com pessoas de fora daqui da nossa região, que é um dos objetivos do filme também”, comemora Fernando Segtowick.

A produção tem uma estética fechada com imagens em preto e branco como forma de mostrar a contradição de realidades próximas. “O Reflexo do Lado é um convite para que se juntem a nós, em meio aos moradores do Rio Caraipé e das árvores mortas pela hidrelétrica de Tucuruí. É um convite ao público para ver a destruição da floresta e o desaparecimento de animais, mas também, é uma chance para que possam viajar no barco do Seu Manduca e ver aquela gente que também dança, reza, sorri e vive. Essa população resiste apesar do poder dos ciclos econômicos e dos governantes que continuam a assombrá-la, em uma história que é a própria história da Amazônia”, comenta o diretor.

Produzido pela Marahu Filmes, o documentário permite que o espectador se transporte para a região amazônica e acompanhe o impacto causado, tanto na vida de seus habitantes como na transformação permanente da mata ao redor. 

Sobre o Diretor

Fernando Segtowick nasceu em Belém do Pará em 1971 e estudou jornalismo na Universidade Federal do Pará. Em 2015, fundou a produtora Marahu Filmes e já dirigiu curtas-metragens e séries para a televisão exibidas no Brasil e no exterior. Seus projetos têm como tema as pessoas da Amazônia. Coordena desde 2019, o Marahu Lab, iniciativa de formação para profissionais do Norte do país. Participou do Rotterdam Lab em 2019, com o projeto Passagem Esperança. O Reflexo do Lago é seu primeiro longa-metragem.

MARAHU FILMES

Braço de conteúdo do Grupo Clarté Foto e Cinema, desde 2015 desenvolve projetos para cinema e televisão com temáticas da Amazônia. Produziu curtas e médias metragens, além de séries para a televisão. Em 2020, lançou além de O Reflexo do Lago, a série Sabores da Floresta para o Canal Futura. Atualmente está em produção da série “Olhares do Norte” sobre a fotografia paraense e o telefilme “Villa-Lobos em Paris” com exibição no Canal Arte1.

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Cultura
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