Novos livros de Felipe Cruz e Maurício Borba inauguram editora paraense

'Os Apocalipses', de Felipe; e 'Para Levar Uma Floresta no Bolso É Preciso Caminhar em Brasa Quente', de Maurício; são lançados nesta quinta-feira, 4

Lucas Costa
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Dois títulos de paraenses inauguram a chegada da Edições Agulha ao mercado editorial independente. Com interesse em publicar literatura e artes visuais, a editora lança nesta quinta-feira, 4, os seguintes livros: “Os Apocalipses”, de Felipe Cruz; e “Para Levar Uma Floresta no Bolso É Preciso Caminhar em Brasa Quente”, de Maurício Borba. Ambos podem ser comprados no perfil da editora no Instagram.

image Livros de Felipe Cruz e Maurício Borba (Divulgação)

“Os Apocalipses”, de Felipe Cruz, conta a história de um mundo que se desfaz lentamente, num implacável processo de descamação. Manoel é o personagem principal, que avança pelas ruínas do planeta, registrando em um velho gravador os apocalipses descritos pelas pessoas que encontra em seu caminho. Ele relembra a sua vida e tenta refazer o passado em palavras para que nem tudo desapareça, enquanto ouve o sereno e monótono ruído da aniquilação da vida.

“É um apocalipse lento, que ainda assim não tem como deter o que está acontecendo, e as coisas vão se desfazendo como se estivessem se esfarelando aos pouquinhos”, explica Felipe Cruz sobre o seu primeiro livro de gênero, aqui uma ficção científica com a Amazônia como paisagem. 

“A gente acompanha esse personagem que é um dos que ainda está vivo, e vai tentando registrar as últimas coisas que ainda existem, as pessoas, as conversas, ao mesmo tempo em que a gente acompanha um pouco da vida dele antes do apocalipse, em capítulos que são flashbacks”, explica o autor.

Em estilo novela, o livro de Felipe tem edição da artista visual Renata Moreira, idealizadora da Edições Agulha, em uma construção com intervenções de fotografia.

A edição de “Para Levar Uma Floresta no Bolso É Preciso Caminhar em Brasa Quente”, de Maurício Borba, também flerta com as artes visuais em sua construção. O livro traz um único poema, construído por dois movimentos distintos que se chocam a cada virada de página, como um díptico. A narrativa é uma elaboração sobre estes tempos, em que as casas - as humanas, mas também as outras-que-humanas - ardem.

“Esse poema é uma espécie de elaboração sobre as inquietações de você pensar o lugar do ser humano no mundo hoje, da mutação ecológica, e mais especificamente, em como sou um autor que fala de onde falo. Pensar o lugar do ser humano no mundo na época em que a Amazônia está passando por um processo de pilhagem e destruição absurda, e também uma elaboração, portanto, sobre os modos como esse ser humano se sente apartado do mundo, apartado de sua própria casa”, diz Maurício.

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