Novo presidente da ESA, Fernando Guga, quer título de Carnaval sustentável para Belém

Guga quer transformar o Carnaval de Belém em uma referência de manifestação cultural ecológica para o mundo

Vito Gemaque
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O primeiro Carnaval sustentável do mundo, esse é o objetivo do novo presidente das Escolas de Samba Associadas (ESA) de Belém, Fernando Guga, eleito para os próximos dois anos a frente da maior entidade do Carnaval paraense. A entidade reúne as escolas de samba do grupo especial de Belém. Ao lado de Guga, estará o vice-presidente Paulo Roberto, o Chico da Embaixada. Os planos ambiciosos de Guga, como é conhecido por todos, é fazer com o Carnaval da capital paraense tenha uma identidade própria que diferencie das outras pelo Brasil e atraia assim mais público e investimentos.

“Eu sempre imaginei como o Carnaval de Belém poderia se diferenciar dos demais Carnavais. Não temos a pretensão de concorrer em luxo, grandeza ou recursos com outros Carnavais do Rio e São Paulo, mas podemos ser diferentes, e passar uma mensagem para a sociedade. Com todos os debates que surgiram com a Amazônia, em especial a devastação da floresta no governo anterior, esse noticiário negativo para a Amazônia, me fez refletir ‘por que não partir da arte popular como o Carnaval uma ação para que consigamos passar mensagem e dar o exemplo”, enfatizou.

Fernando Guga é proprietário de uma produtora de vídeos e foi presidente da Escola Rancho Não Posso Me Amofinar, do bairro do Guamá. Ele também já foi diretor e colaborador da ESA em gestões anteriores. Hoje, Fernando diz que torce pelo Carnaval de Belém para que todas as escolas tenham bons desfiles.

Para mudar o rumo da festa popular, ele tem a ideia de fazer o Carnaval sustentável, como intitulou. O projeto já está desenhado e passará por algumas etapas. A primeira está sendo planejada para o Carnaval de 2024 para que a ESA junto com as escolas faça parcerias com associações de catadores para reciclar materiais que serão utilizados pelas escolas nos desfiles. “Agora estamos a praticamente há quatro meses do desfile. A gente precisa dar resposta imediata com relação ao desfile, precisamos fazer coisas práticas. Precisamos começar com o sonho do Carnaval sustentável”, afirmou.

O Carnaval Sustentável não para por aí. No ano seguinte, em 2025, o projeto é ainda mais ambicioso com o estabelecimento de uma cadeira produtiva do Carnaval que envolva cientistas e pesquisadores para desenvolver, ou ajudar a encontrar, materiais ecologicamente sustentáveis que substituam materiais poluentes como o plástico e acetato. “Podemos ter em Belém e na Amazônia alternativas de materiais não poluentes. As pessoas dos Carnavais dos grandes centros vão olhar para cá e vão comprar dos comerciantes e do industrial de Belém. Estamos com parcerias importantes com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Belém”, declarou.

Outra novidade será a possível criação do título alternativo de Escola Sustentável que será dado à Escola de Samba que conseguir ser a mais ecológica do Carnaval de Belém.

Guga quer maior aproximação da ESA com os órgãos de Cultura do Estado e do município. Com a prefeitura de Belém tenta diálogo já neste ano para planejar o Carnaval de 2024, e com o Governo do Estado investimentos para criar a Cidade do Samba em Belém, espaço em que as escolas poderão ter seus barracões para produzir e guardar os carros alegóricos e fantasias. A ideia é que o espaço seja nos barracões de antigas companhias aéreas, onde será o Parque da Cidade. Atualmente, todas as escolas de samba precisam alugar barracões, o que gera um custo elevado antes de começar a produção carnavalesca. Os custos começam em no mínimo R$ 30 mil de aluguel por barracão.

“O maior desafio é dar uma identidade para o Carnaval de Belém, não ser cópia de outros lugares, ser diferente. É por isso o Carnaval Sustentável é tão importante. Hoje, o Carnaval de Belém é relacionado à saudade do que já foi, saudade dos anos 80, quando a disputa de Rancho, Quem São Eles, e Arco-íris parava a cidade, também sinto falta desse Carnaval, porém ‘o que passou já era’ como dizem os sambas do Osvaldo Garcia. Com o Carnaval Sustentável estaremos olhando para o futuro, chamando a atenção da cidade, do brasil e do mundo”, assegura.

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