Shaman encerra atividades da banda após divergências políticas entre os integrantes
O anúncio foi feito nas redes sociais dos membros da banda após um dos integrantes ter apoiado os atos extremistas que ocorreram em Brasília

A banda brasileira de rock Shaman irá encerrar suas atividades, segundo um anúncio publicado nas redes sociais dos membros, na noite da última terça-feira (10). De acordo com os integrantes, o apoio de Ricardo Confessori, baterista, aos atos extremistas em Brasília (DF), no último domingo (8) e suas publicações contendo discursos homofóbicos e de ódio motivaram o fim do grupo.
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Em um vídeo de um minuto, o baixista Luis Mariutti explicou que não compactua com as falas de Ricardo Confessori, posicionamento que vai contra o que ele e a família defendem.
“Foram coisas muito sérias faladas ali e coisas que hoje em dia não cabem mais. Com nossa família, com nossos filhos, são coisas que não pregamos. Pelo contrário: sempre fiscalizamos para ver se as coisas realmente mudam. Esse episódio me fez ver que estou me sentindo muito fora do Shaman”, disse o baixista Luis Mariutti.
O guitarrista Hugo Mariutti agradeceu aos fãs pelo carinho e lamentou o encerramento. Além disso, o músico informou que os shows que já estavam marcados serão cumpridos antes do fim das atividades. “Obrigado aos fãs”, disse ele.
Na manhã desta quarta-feira (11) foi a vez do vocalista Alírio Netto, que integra a banda há dois anos, se pronunciar sobre o fim da banda. De acordo com o músico, o comportamento recente de Ricardo Confessori impossibilitaram a continuação dos trabalhos.
“Repúdio a qualquer comentário homofóbico, racista, machista, discurso de ódio, e descabido de qualquer empatia. Gostaria de agradecer aos meus companheiros de banda pela confiança e por essa jornada incrível! Gostaria também de agradecer aos nossos verdadeiros fãs que sempre nos deram o suporte! E principalmente gostaria de agradecer ao nosso saudoso Andre Matos por ter me ensinado tanto através de suas músicas.”
Entenda o caso
Um dia após a invasão nas sedes dos Três Poderes por grupos extremistas e anti-democráticos, Ricardo Confessori fez uma publicação no Instagram criticando o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chamando de psicopata e “presidente fake”.
Com a repercussão nos comentários e fãs repudiando o posicionamento de Ricardo, ele iniciou uma discussão com os internautas e chegou a chamar um dos seguidores, formado em Medicina Veterinária, de “boiólogo”, além de dizer que o médico veterinário só estava no curso por não conseguir entrar na faculdade de Medicina.
Com a declaração dos outros membros do Shaman, Confessori se pronunciou no Instagram, explicando que sua forma de pensar não deve ser associada à banda.
“Gostaria de deixar algumas coisas bem claras aqui. Vocês que acabaram vendo algumas discussões acaloradas aqui, por alguns posts políticos, eu queria deixar bem claro que as posições e as opiniões aqui emitidas no meu canal são exclusivamente minhas. Elas não se expandem para empresas, grupos, escolas ou qualquer outro tipo de grupo do qual eu faça parte.”
(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Vanessa Pinheiro)
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