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Netos de Pinduca seguem tradição musical da família na música

Gabriel Xavier, de 26 anos, e Samuel Elion, de 17, seguem os passos do avô na música

Vito Gemaque
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A família de Pinduca – o eterno Rei do Carimbó – segue os passos do patriarca na busca pela carreira musical. Enquanto Pinduca tem uma carreira consolidada com viagens e shows pelo Brasil, os netos do compositor paraense Gabriel Xavier, de 26 anos, e Samuel Elion, de 17 anos, buscam seu lugar ao sol no meio musical. Os dois netos seguem os passos profissionais do avô. Com quase dez anos de carreira, Gabriel continua nos ritmos latinos e paraenses ensinados por Pinduca, já Samuel enveredou pelo gospel e encontrou na música um propósito divino.

A música na família de Pinduca tem passado de geração em geração desde José Plácido Gonçalves, pai de Pinduca e professor de música em Igarapé-Miri. “Coloco do meu lado para pegar o ritmo da coisa, a influência musical de família. Eu tenho meus filhos que vem trabalhando comigo há um tempo, principalmente o Douglas e o Neném, que é o Estanley, pai do Samuel. Ele (Samuel) também está começando agora e vai ser embalado por mim. Já dei uma embalada no Gabriel, filho do Douglas, que já está trabalhando na noite. O procedimento é esse. Está tudo no sangue”, decreta Pinduca.

O rebento mais novo da família musical é Samuel Elion, filho de Estanley, baterista na banda do pai Pinduca. O jovem aprendeu teclado, violão e um pouco de bateria, com a influência de viver na família de grandes músicos. Quando ainda era menino com quatro anos, Samuel teve aulas de iniciação musical com o violino, o primeiro instrumento. Entretanto, o ritmo que Samuel quer tocar os corações é com o gospel. Para ele, que tem mãe e pai pastores, a música é uma forma de pregar a palavra de Deus.

“Foi graças ao meu pai e minha mãe, que são pastores, que foram me direcionando. Eu pude ter uma abrangência do mundo gospel e cristão. Graças a esse meio fui me direcionando e conduzindo para estar nesse ramo da música”, revela Samuel. Mesmo no gospel, Samuel quer fazer músicas alegres como do avô. Ele quer tocar forró e piseiro gospel e, quem sabe, lançar um álbum neste estilo.

Quem já passou pelo local onde Samuel está é o outro neto, Gabriel Xavier, que hoje já tem banda e uma agenda própria. Quando estava começando a carreira, Gabriel sentiu o peso de ser neto do Rei do Carimbó . “É muita responsabilidade, ele é o maior divulgador da nossa cultura, de longa data e de vida. É uma responsabilidade grande, e é uma honra gigante ter nas minhas veias o mesmo sangue dele [Pinduca]”, conta. Gabriel é filho de Douglas, tecladista de Pinduca.

O jovem quase envereda por outros caminhos profissionais, mas a música foi mais forte. Ele chegou a estudar psicologia, porém não concluiu o curso para se dedicar integralmente à música. Aos 18 anos começou a tocar com o avô na banda, o que lhe incentivou a seguir neste rumo. “Tive inspiração no meu avô. A música toma conta, não tem jeito. Não tem como negar. É o que me faz bem, é o que me dá retorno, a admiração das pessoas, e o retorno financeiro que também é bom. Fui vendo que era um bom caminho”, destaca.

Gabriel toca merengue, lambada, zouk, carimbó, MPB e rock. Ele tem um projeto também de gravar o primeiro álbum com músicas autorais. De vez em quando, ele acompanha o avô em alguns shows. “Ele mesmo diz que está passando o bastão”, revela. O conselho de Gabriel ao primo Samuel é terminar os estudos e se dedicar à música profissionalmente. “Fico feliz demais com ele entrando na música, estava só eu esse tempo todo. A gente conversa bastante, como ele é muito novo falo para terminar os estudos e depois focar na música. Estudar, fazer um bacharelado em música, e quem sabe no futuro tocamos juntos”.

PINDUCA E NETOS

O maestro da família, Pinduca, é um instrutor rigoroso para quem quer viver da música. Ele não gosta de atrasos nos ensaios. Quer que tudo esteja em ordem, os músicos dominem o setlist das músicas. Os netos devem seguir os ensinamentos do avô. “Eu para eles sou o caminho, a verdade e a vida. Eles têm que seguir aquela minha orientação pela minha experiência. Atualmente, eu sou o músico mais antigo em atividade como dono de banda e cantor no Pará”, assegura.

Mesmo com a rigidez militar, Pinduca expressa o carinho e o orgulho pelos dois netos seguirem com a tradição familiar da música. “É muito bom, é um prosseguimento, que veio do meu pai, passou pelos meus irmãos e minhas irmãs, depois meus filhos e agora os meus netos. É uma coisa bonita de se ver mesmo, bom de contar história”.

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