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Concerto especial comemora os 142 anos do Theatro da Paz

Amazônia Jazz Band convida Alba Mariah para a homenagem ao aniversário do teatro e do maestro Waldemar Henrique

Lucas Costa
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Símbolo do luxo e riqueza presentes na vida da alta classe belenense, no período do ciclo da borracha; o Theatro da Paz completa 142 anos neste sábado, 15. E para comemorar aquele que se tornaria no futuro um dos pontos turísticos pelo qual Belém é conhecida Brasil afora, a Amazônia Jazz Band (AJB) realiza novamente uma apresentação especial em celebração a data.

Além do Theatro da Paz, um importante nome da história da música erudita paraense também divide a data de seu aniversário. O maestro Waldemar Henrique faria 115 anos em 2020 se estivesse vivo, e por conta disso, o concerto em homenagem ao prédio, se estende ao músico.

A Amazônia Jazz Band sobe ao palco do teatro às 19h, sob regência do maestro Nelson Neves e participação da cantora Alba Mariah. Os ingressos custam R$ 2 mais 1kg de alimento não perecível, e estão disponíveis no site ticketfacil.com, e na bilheteria do Theatro da Paz (1h30 antes do evento). Os alimentos devem ser entregues na entrada do local.

Em comemoração ao aniversário, além do concerto, pela manhã o público poderá participar gratuitamente das visitas guiadas. Elas ocorrem de 9h às 13h, e seguem ao longo da semana até o próximo domingo (23).

Já experientes no papel de anfitriões nos concertos de aniversário do Theatro da Paz, a Amazônia Jazz Band sempre prepara uma novidade para a data. Apesar da experiência, o maestro Nelson Neves diz que sempre há um sentimento de primeira vez sobre a data.

“Nós temos nos apresentado com frequência no aniversário do teatro e do maestro, já faz alguns anos. Estamos acostumados, mas é sempre um prazer e uma honra para todos nós, músicos e maestro. Poder nos apresentar nesse palco sagrado e patrimônio dos paraenses, é uma honra sempre”, diz Nelson.

A novidade deste ano é a participação da cantora paraense Alba Mariah, que se junta a AJB para interpretar algumas canções. “Sempre fazemos uma coisa diferente no concerto de aniversário, e desta vez teremos pela primeira vez a Alba Maria junto a Amazônia Jazz Band. Temos nos preparado com muito afinco, e estamos ávidos e ansiosos para entregar este show, e fazer essa celebração junto ao público, que estamos esperando que lote o teatro, como sempre fazem”, declara Nelson. 

No repertório do show de aniversário as homenagens ao maestro Waldemar Henrique ficam por conta de duas composições: “Foi Boto, Sinhá” e “Uirapurú”. Mas ao longo da noite, a banda passeia por composições de diversos estilos.

“O repertório é sempre diversificado, sempre eclético. Nesse teremos funk, blues, swing, além de duas músicas em homenagem ao maestro; uma delas, ‘Uirapurú’, tem arranjo feito por mim”, explica o maestro.

A participação de Alba Mariah no show também se caracteriza como uma homenagem a Nilson Chaves, já que ela vai interpretar algumas canções do compositor paraense no show. 

Como o clima é de carnaval, o maestro Nelson revela ainda que o samba não ficará de fora do repertório. O show, inclusive, termina com a interpretação de “Cidade Maravilhosa”, de André Filho.

O teatro e o maestro

Inaugurado em 1878, o Theatro da Paz é uma das marcas da Belém no ciclo da borracha, período de grande desenvolvimento da capital, por conta da atividade extrativista que ocorria na região amazônica. A construção de um majestoso teatro foi uma demanda para que a cidade pudesse receber espetáculos do gênero lírico, para satisfazer o anseio da alta classe da cidade na época.

O engenheiro militar José Tiburcio de Magalhães foi quem deu início ao projeto arquitetônico, inspirado no Teatro Scalla de Milão, na Itália. O Theatro da Paz foi a primeira casa de espetáculos construída na Amazônia, e tem características grandiosas para a arquitetura da época.

Eram 1.100 lugares (hoje são 900), uma acústica considerada perfeita, lustres de cristais, piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos das paredes ao teto, dezenas de obras de arte, além de diversos elementos decorativos revestidos com folhas de ouro.

Waldemar Henrique, que divide aniversário com o Theatro da Paz, nasceu em 1905. Filho de pai português e mãe descendente de índios, ele passa a infância em Portugal. Retorna à Belém em 1917, onde inicia os estudos de solfejo e piano. 

Mais tarde estuda violino, harmonia, composição e canto, e compõe suas primeiras canções: “Minha Terra”, de 1923 - gravada em 1935 por Jorge Fernandes e sucesso em 1946 com a gravação de Francisco Alves; e “Felicidade”, de 1924, para canto e piano, revelando seu interesse pela música popular.

Waldemar Henrique chegou a trabalhar em um banco por insistência da família, mas retorna para a música em 1929. No início da década de 1930 torna-se pianista e diretor artístico da Rádio Clube do Pará, e escreve para companhias de teatro de revista em Belém. Entre suas composições mais famosas estão “Cabocla Malvada”, “Foi Boto Sinhá!”, "Uirapurú", “Meu Último Luar” e “Tem Pena da Nega”.

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